Por felipe.martins

Rio - Um dos líderes do movimento que deflagrou a greve dos garis no último mês de março, Célio Viana, foi preso na manhã desta quarta-feira quando distribuía publicações contra a Comlurb no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Viana afirma que permaneceu o tempo todo no estacionamento do hospital e foi abordado com truculência por um policial militar que o algemou e o levou para a 5ª DP (Centro). Mas, de acordo com a direção do hospital, o manifestante não apenas entrou no prédio, como também tentou acessar uma área exclusiva dos médicos.

O líder grevista nega as afirmações do hospital. Diz que foi abordado por um segurança que tentou impedi-lo de distribuir os jornais do movimento na área externa da unidade, no estacionamento. "Eu estava calmo, não me exaltei em nenhum momento, apenas estava distribuindo os jornais quando o segurança veio na minha direção e tentou me impedir de circular no estacionamento. Eu disse que não estava fazendo nada de errado. Que se trata de um prédio público", disse Viana.

Com os jornais que distribuiu no Souza Aguiar na mão, líder do movimento dos garis diz, na porta da 5ª DP, que é 'vítima de perseguição política'Felipe Martins / Agência O DIa

Ele afirma que, em seguida, foi abordado com truculência por um PM e algemado. "O policial também tentou me tirar do hospital e eu repeti que estava em um prédio público. Ele achou que eu desacatei ele, me puxou pela camisa e me algemou", relatou.

Ao ser algemado, Viana afirma que um homem que, segundo ele seria o chefe da segurança da Comlurb, se dirigiu ao policial para saber o que estava ocorrendo. 'Foi muita coincidência ele estar ali. Eu tenho sido perseguido. Soube que, em reuniões com a direção, os garis são alertados que meu Facebook é monitorado. Eles são orientados pela empresa até a não usar os celulares. Existe um grave quadro  de assédio moral na Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro", assegurou. Em nota, a Comlurb informou que o presidente da empresa não conta com profissionais de segurança na sua equipe. 

O caso foi registrado na 5ª DP (Centro) como desacato. A direção do Hospital Municipal Souza Aguiar afirma que o grevista foi abordado pela equipe de segurança tentando acessar setores restritos da unidade, onde por segurança dos pacientes é proibida a entrada de pessoas estranhas ao serviço. Devido a sua insistência, foi necessário o acionamento do policial de plantão na unidade, que assumiu a situação e decidiu por dar voz de prisão ao sindicalista.

Em março deste ano, os garis cruzaram os braços por dez dias. Os profissionais pediam reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A paralisação trouxe imediatas consequências para a cidade: ruas sujas e sacos de lixo espalhados por todos os lados sem a devida coleta. Após rodadas de negociação, os grevistas aceitaram o acordo proposto pelo Ministério Público do Trabalho: reajuste salarial de 8%, vale alimentação de R$ 20 e auxílio funeral de até R$ 80.

Foi a segunda greve pelo segundo ano seguido. Em 2014, em pleno Carnaval, os garis pararam as atividades prejudicando a rotina dos cariocas e provicando má impressão em turistas de outros estados e estrangeiros. Daquela vez, o movimento conseguiu aumento de 37%, com o salário passando de R$ 800 para R$ 1.100 no salário-base. 








 






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