
Niterói - O prazo estipulado pela Justiça para a ação de despejo dos moradores da centenária Aldeia Imbuhy, em Niterói, termina neste sábado. Com a medida, 19 famílias serão desalojadas do local, que fica no entorno do Forte do Imbuhy, administrado por militares. Em maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu ao Exército a reintegração de posse da área e estabeleceu multa diária para os moradores caso a decisão seja descumprida.
A comunidade é formada por pouco mais de 30 famílias. Segundo o vereador Leonardo Soares Giordano (PT), um dos parlamentares que defendem a permanência das famílias na Aldeia Imbuhy, em junho deste ano, quatro casas foram demolidas sem nenhum suporte financeiro aos moradores.
No processo judicial, o Exército afirma que a área onde as famílias estão instaladas é de propriedade da Segurança Nacional. Já os moradores argumentam que a comunidade foi instalada no local antes mesmo da chegada dos militares.
Giordano viajará nesta quarta-feira a Brasília para tentar reverter a ação de despejo. "É uma questão urgente. A reunião será com representantes da Advocacia Geral da União (AGU), do Ministério da Defesa e do Tribunal", disse o parlamentar em entrevista ao DIA.
O vereador também informou que a comunidade recebeu apoio de diversos deputados da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e até mesmo do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do governador do estado, Luiz Fernando Pezão. De acordo com Giordano, entre os documentos que serão apresentados na reunião estão um laudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), que comprova materialmente a permanência dos moradores antes da ocupação do Exército, e uma lei municipal de tombamento daquela comunidade da própria autoria do vereador.
Reportagem de Fernanda Macedo