Por thiago.antunes
Rio - O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, informou nesta sexta-feira que espera para a próxima semana uma posição definitiva do promotor Homero das Neves Freitas Filho para o caso do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto em abril deste ano, no Complexo do Alemão, por policiais militares.
Desolada%2C mãe de Eduardo diz não aceitar resultado das investigações da Delegacia de HomicídiosDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Vieira recebeu hoje em audiência uma comitiva formada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga o assassinato de jovens no Brasil; o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), membros da organização não governamental Anistia Internacional, defensores públicos e parentes de Eduardo.

Ao sair da audiência, o assessor da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello, falou à Agência Brasil sobre a importância do caso, qualificado de emblemático. Ele disse que a comitiva criticou o encaminhamento feito pela Divisão de Homicídios, que considerou a morte como legítima defesa, e destacou a importância de o Ministério Público não referendar esse entendimento.
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“O promotor não avaliza, pelo menos na extensão do que foi proposto, o arquivamento do feito”, disse o procurador-geral, que adiantou que não serão necessárias novas diligências do Ministério Público.
“O promotor não vai baixar o inquérito para novas diligências. Ele acha que já há elementos para um posicionamento conclusivo. E se o posicionamento conclusivo não é no sentido do arquivamento, muito provavelmente o que ele fará é denunciar o caso”.
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Segundo Vieira, o promotor Freitas Filho está estudando o inquérito desde que esse chegou ao MP-RJ, no início desta semana, com uma manifestação do delegado de polícia encarregado das investigações, no sentido do arquivamento do processo. “Porque o delegado reconheceu que o policial teria agido em legítima defesa”, disse Marfan Vieira. Segundo Marfan, o promotor não concluiu inteiramente o exame, mas já tem uma posição formada. “O arquivamento não é a melhor solução”, disse.
A mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, não compareceu à reunião porque está na Europa, denunciando o caso, junto com outra mãe, cujo filho também foi vítima de violência policial. Hoje, Terezinha está na Holanda, de onde seguirá para Inglaterra, Suíça e Espanha.
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O compromisso de fazer gestões junto ao procurador foi firmado, durante audiência pública da CPI do Senado que investiga o assassinato de jovens, com a mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus., que participou da reunião da comissão, ocorrida no último dia 6, no Rio de Janeiro.