Por marlos.mendes
Rio - Após exigência do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se comprometeu a efetuar, até a próxima semana, o repasse de recursos para garantir o pagamento dos salários atrasados de 972 terceirizados da empresa Venturelli, que presta serviços de limpeza, almoxarifado e portaria na instituição. A empresa não pagou as remunerações de outubro aos empregados, alegando falta de dinheiro, sendo que 181 trabalhadores não receberam nem sequer a remuneração de setembro e alguns ainda reclamam a verba de agosto.
O atraso, segundo a Universidade, decorre do corte nos repasses do Ministério da Educação (MEC), que enviou apenas 38% do orçamento necessário para cobrir todos os gastos da instituição. A verba recebida, de acordo com a UFRJ, acabou sendo usada para arcar com os contratos de outras áreas também prioritárias, como manutenção do restaurante universitário, das bolsas estudantis e do transporte entre os campus.
Na UFRJ%2C alunos trocaram cadernos pela vassoura e ajudam na limpezaBruno de Lima / Agência O Dia

Em audiência realizada esta semana, no Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), representantes da UFRJ informaram que está previsto para segunda-feira (16/11) um novo repasse do MEC, que será utilizado para cobrir o valor devido à Venturelli, em notas que chegam a quase R$ 2 milhões. A Venturelli, por sua vez, se comprometeu a utilizar todo o recurso para colocar em dia o pagamento dos empregados.

Desde setembro, quando o atraso na remuneração dos terceirizados foi denunciado ao MPT-RJ, a procuradora do trabalho Carina Bicalho conduz inquérito civil e negocia com a Universidade, a empresa e os empregados uma solução para o impasse. O atraso nos salários tem gerado acúmulo de lixo no campus da UFRJ e ocasionou a suspensão de algumas disciplinas. “A obrigação de pagar salários é da empresa empregadora, que deveria ter caixa para suportar a falta de repasse do pagamento das notas fiscais pelo tomador - neste caso a Universidade - por, no mínimo, 90 dias", explica a procuradora.

Publicidade