Por bianca.lobianco
Rio - Se alguém ainda duvidava, a última semana mostrou que as eleições de 2016 do Rio prometem fortes emoções. O preferido do prefeito Eduardo Paes (PMDB) para sucedê-lo, o supersecretário Pedro Paulo Carvalho, veio a público acompanhado da ex-mulher Alexandra e assumiu mais uma agressão, após a denúncia de outro episódio de violência doméstica.
Com a imagem arranhada e as intenções de voto do peemedebista ainda reduzidas, candidatos de partidos nanicos veem um bom momento para lançar seus nomes na corrida municipal. A expectativa de votos deles é baixa, mas numa eleição que promete ser das mais acirradas da história, os pequenos lutam para desequilibrar o jogo eleitoral.
A sucessão de Eduardo Paes%2C em 2016%2C promete ser uma disputa acirrada Arte O Dia

Eleito deputado federal com 85 mil votos em 2014, Hugo Leal (Pros) se lançou candidato na última semana, como revelou o Informe do DIA, e disse ter o apoio do Solidariedade. “Vou conversar com o Garotinho também, todos os partidos que não estão com o PMDB”, afirmou o parlamentar, que era cotado para ser o senador na chapa de Anthony Garotinho ao governo do estado, em 2014. Em sua avaliação, a decisão do senador Romário (PSB) em ser ou não candidato será essencial para definir o futuro de todos os pré-candidatos.

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“Acho que se pudesse existir um terceiro mandato, o Paes se reelegeria. O Rio avançou muito, mas agora é hora de cuidar das pessoas”, afirmou Hugo, que se notabilizou por ser o autor da Lei Seca. “O Rio precisa de uma renovação de lideranças”.
O eterno candidato à Presidência José Maria Eymael nomeou o ex-deputado estadual Carlos Dias para concorrer à prefeitura pelo PSDC. Ele investe no eleitorado católico para tentar ganhar alguns votos e aposta que o desgaste do PT irá influenciar as eleições. “A presidenta Dilma Rousseff está com Pedro Paulo. PSB do Romário tem governista, o Pros sustenta o Planalto lá em Brasília. Iremos enfrentar o PT e o PMDB”, prometeu Carlos Dias. Mesmo sendo pequeno, o PSDC tem suas disputas e há quem torça o nariz para uma candidatura própria. “Isso é irrelevante. Já coloquei a minha candidatura”, garantiu.
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Por ser o deputado federal mais votado do Rio nas últimas eleições, Jair Bolsonaro (PP)não pode ser considerado um ‘nanico’. Mas a julgar pelos partidos que o sondam para disputar a prefeitura em 2016 (PSC e PHS), o polêmico parlamentar vai ter que se virar com as reduzidas estruturas das legendas para o pleito municipal - que pode ser sua primeira eleição para o Executivo.
“Quero sair do PP, apesar de gostar muito do vice-governador Francisco Dornelles. PHS e PSC estão me namorando, mas deixa isso aí em cima do muro”, despistou. “Se eu falar mesmo o que quero, vai ser crime eleitoral”, resumiu Bolsonaro, que ainda sonha com alguma legenda disposta a apoiá-lo para disputar a Presidência em 2018.
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Candidatos bons de voto na disputa
A menos de 11 meses das eleições de 2016, a disputa pela prefeitura do Rio tem hoje oito pré-candidatos. Pelo menos três deles são considerados peso-pesados, com um recall de votos grande das eleições do ano passado.
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Bispo da Igreja Universal, o senador Marcelo Crivella (PRB) tentará a prefeitura carioca pela terceira vez _ ele já disputou e perdeu as eleições municipais de 2004 e 2008. Também já foi derrotado na disputa pelo governo do Rio em 2006 e em 2014, quando foi para o segundo turno contra o atual governador Luiz Fernando Pezão.
Romário (PSB) é outro que chega à disputa debaixo de um caminhão de votos: no ano passado foi o senador mais votado do país, com mais de 4,6 milhões de votos. Em seu terceiro mandato de deputado estadual, Marcelo Freixo (Psol) disputa a prefeitura do Rio pela segunda vez. Em 2012, ele obteve 30% dos votos válidos, chegando atrás de Eduardo Paes.
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A aposta é no desgaste de Pedro Paulo
2016 pode parecer distante, mas a sucessão municipal já está movimentada. Até o sempre polêmico deputado Jair Bolsonaro acredita que a situação eleitoral de Pedro Paulo se complicou após as revelações de que ele agrediu a ex-mulher. “Não quero entrar nessa briga familiar, mas a partir do momento que isso vem a público, fica difícil”, afirmou.
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Já Hugo Leal destacou que o peemedebista “deve satisfações à Justiça”, e observou diferenças na sucessão do governador Sérgio Cabral, em 2014, quando Luiz Fernando Pezão foi o indicado. “Pezão tinha uma vida própria. O Pedro Paulo é uma situação diferente, porque ele depende de um padrinho, que aparece muito mais do que ele. Cabral saiu cedo da campanha do Pezão, e ele o ajudava muito no governo”, avaliou o deputado.
Carlos Dias preferiu uma saída mais política. “É um ato que as pessoas naturalmente repudiam, mas eu não vou tentar atingir a imagem dele. Não faço parte desse jogo”, disse.
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