Por marlos.mendes
Rio - Depois de dois meses de caos e sofrimento, nesta sexta-feira, o Natal foi mais tranquilo nos hospitais públicos do Rio. Com uma injeção de R$ 297 milhões e doação de insumos do governo federal, o atendimento nas unidades estaduais começou a se normalizar, mas com restrições. A previsão é que a crise perdure até março, segundo o secretário Municipal de Governo Pedro Paulo Carvalho.
A afirmação foi feita por ele durante visita ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, nesta sexta-feira. Além da unidade, Pedro Paulo também foi aos hospitais municipais Miguel Couto, na Lagoa, e Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, além da Maternidade Leila Diniz. O secretário foi conferir se as unidades que receberam os pacientes estaduais já funcionam normalmente.

Na quinta-feira, foram feitos os primeiros repasses dos R$ 100 milhões prometidos pela prefeitura ao estado. O Albert Schweitzer recebeu R$ 20 milhões e o Rocha Faria, mais R$ 5 milhões. “Garantindo o pagamento dos dois hospitais, o governador vai normalizar os outros”, acredita Pedro Paulo, que não teme calote. “Os contratos nos garantem isso, nossa prioridade é atender a população”, diz o secretário.

Com problemas cardíacos%2C Laryssa não conseguiu atendimento no Albert Schweitzer. Foi para uma UPAMaira Coelho / Divulgação

Segundo ele, durante a crise, o Lourenço Jorge teve um pico de 80% nos atendimentos. “Agora toda a rede está funcionando na normalidade”, garantiu ele, incluindo os hospitais estaduais, que receberam 450 itens de material hospitalar e medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

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Apesar da afirmação do secretário, não foi isso que O DIA encontrou no próprio Albert Schweitzer e no Getúlio Vargas, na Penha. No hospital de Realengo, Jackson de Lima Sampaio, 25, fazia mais uma parada de sua peregrinação com a esposa Laryssa Ariel da Silva, 19, que sofre de problemas cardíacos. “Os batimentos dela estão irregulares, mas se recusam a atender”, lamentou. “Me mandaram pra UPA. Não sei o que fazer”, disse Laryssa. “Mal consigo respirar”, queixou-se.
No Hospital Getúlio Vargas, os funcionários faziam triagem. “Só estão atendendo os pacientes em estado grave”, disse Nilma Aparecida da Silva, 49, que levou a tia Rogéria Ferreira, 67, com ombro deslocado. “Os médicos não querem operar”, lamentou a aposentada. A preocupação de Eliene Nunes, 27, era outra. Segundo ela, não deixaram que o marido cardíaco ficasse com acompanhante. “Não me informam nada, estou esperando por ele há sete horas”, reclamou.
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Funcionamento das unidades
ADÃO PEREIRA NUNES
Clínica médica, cirurgia-geral, neurocirurgia, ortopedia, pediatria e maternidade estão funcionando normalmente. Casos de menor complexidade, estão sendo direcionados para o atendimento no Hospital Municipal Moacyr do Carmo , em Duque de Caxias. O Adão Pereira Nunes fica na Rodovia Washington Luiz, Vila São Luís, em Caxias.
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ALBERTO TORRES
Clínica médica, cirurgia-geral, cirurgia pediátrica, neurocirurgia, ortopedia e pediatria estão funcionando normalmente. Casos de menor complexidade estão sendo encaminhados para o pronto socorro de São Gonçalo. O Alberto Torres fica na Praça Estephânia de Carvalho, s/n, em São Gonçalo.
ALBERT SCHWEITZER
Atendimento de clínica médica, cirurgia-geral, ortopedia, pediatria e maternidade funcionando sem restrições. Casos de menor complexidade estão sendo transferidos para o atendimento na UPA de Realengo. O hospital fica na Rua Mal. Joaquim Inácio, s/n, em Realengo.
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AZEVEDO LIMA
Especialidades clínica médica, cirurgia-geral, neurocirurgia, ortopedia, pediatria e maternidade estão funcionando. A unidade fica na rua Teixeira de Freitas, nº 30, Fonseca, Niterói.
CARLOS CHAGAS
Clínica médica, cirurgia-geral e pediatria estão funcionando sem problemas. Casos mais simples estão sendo encaminhados para o atendimento na UPA de Marechal Hermes. O hospital fica na Rua Xavier Curado, s/n, em Marechal Hermes.
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GETÚLIO VARGAS
Pacientes encontram atendimento em clínica médica, cirurgia-geral, neurocirurgia, ortopedia e pediatria. Casos de menor complexidade estão sendo direcionados para o atendimento na UPA da Penha. O HGV fica na Avenida Lobo Júnior, s/n, na Penha Circular.
ROCHA FARIA
As especialidades clínica médica, cirurgia-geral, ortopedia, pediatria e maternidade funcionam sem restrições. Os pacientes menos graves estão sendo encaminhados para a UPA de Campo Grande. O hospital fica na Estrada do Mendanha, s/n, em Campo Grande.
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UPAS SÃO GONÇALO I E SÃO GONÇALO II
Estão restritas aos casos mais graves. Pacientes com doenças de de menor complexidades estão sendo orientados a buscar atendimento no Pronto Socorro de São Gonçalo, na Praça Estephânia de Carvalho.
UPA ITABORAÍ
O atendimento de clínica médica está funcionando normalmente. Porém, a consulta pediátrica está restrita às ocorrências mais graves. Os casos sem risco de morte, estão sendo orientados a buscar atendimento no Hospital Municipal Leal Júnior. A UPA fica na Av. Pref. Álvaro de Carvalho Junior, s/n, Nancilândia, em Itaboraí.