Por tabata.uchoa
Moradora mostra marcas que teriam sido provocadas no estuproWilson Aquino / Agência O Dia

Rio - O governo federal está acompanhando o caso da moradora da Rocinha que acusa policiais do Batalhão de Operações da PM (Bope) de estupro, que teria ocorrido na manhã de Natal. Provocada pelo DIA, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (SPM) soltou um comunicado afirmando que está atenta ao processo de investigação.

“Para a SPM é inadmissível que agentes do Estado, responsáveis pela segurança e bem-estar da população, se envolvam em episódios como o denunciado. E espera que o Inquérito Policial Militar, instaurado pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (1ªDPJM), apresente resultados o mais breve possível”.

Existe a possibilidade de a própria ministra Nilma Lino Gomes vir ao Rio para se encontrar com a moradora da Rocinha. A partir de segunda-feira, a vítima também inicia uma série de reuniões com órgãos de defesa de direitos humanos e das mulheres, quando vai expor o caso e receber orientações. Ela já está sendo assistida por um advogado.
Publicidade
A moça mudou-se da casa onde vivia, no interior da comunidade. Ela contou que foi aconselhada a se refugiar na casa de amigos. “O meu endereço constava no registro da Delegacia e as pessoas acharam melhor eu não ficar em casa, por questão de segurança.”
Segundo ela, após a divulgação do vídeo gravado pelos agentes do Bope, onde aparece ameaçando os policiais, sua situação piorou. “Alguns amigos têm me evitado, as pessoas me olham na rua como se eu fosse uma louca mentirosa. Sempre ouvi que, em casos de estupro, o correto seria denunciar, mas confesso que agora estou em dúvida se realmente fiz o certo”, desabafou.
Publicidade
Apesar de todos os transtornos, a moradora da Rocinha acredita que a verdade vai prevalecer. “Agora eu vou até o fim. Já acabaram com a minha vida mesmo.”
A Polícia Civil está aguardando o resultado de laudos complementares realizados pela vítima para dar prosseguimento à investigação. Os policiais também estariam tentando localizar testemunhas. Onde, exatamente, não se sabe, uma vez que na Rocinha eles não foram vistos. Conforme revelou O DIA, a moradora da Rocinha acusa quatro agentes do Bope de violência sexual. Dois deles teriam estuprado a moça em um dos becos da favela, enquanto outros dois davam cobertura, na noite do Natal, quando ela voltava de uma festa. Uma gravação feita pelos próprios PMs comprova que a moça esteve com os soldados na manhã do suposto crime.
Você pode gostar