Por tiago.frederico
Rio - A coleta de lixo de pelo menos sete localidades em seis bairros de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, está sendo impedida por ação do tráfico de drogas. Até o número de fiéis em igrejas católicas e evangélicas caiu por causa de traficantes. Funcionários de empresas que prestam serviços à Prefeitura abandonam obras, e aulas e atendimentos médicos em postos de saúde são interrompidos constantemente. A denúncia foi confirmada pelo próprio prefeito da cidade, Sandro Matos.

Ontem, a Polícia Militar e o Bope retiraram entulhos e barricadas no Fumacê, Castelinho, Morro do Soldado e na comunidade Ás de Ouro, em São Mateus, onde dois homens foram presos em flagrante. Eles estavam construindo obstáculos de concreto para impedir a entrada de carros da polícia no local.

Na Praça da Bandeira%2C em frente ao condomínio ‘Minha Casa%2C Minha Vida’%2C o lixo tomou conta do localÉ Notícia Meriti

“Nosso maior problema é com a coleta. O motorista tenta subir com o caminhão e é impedido por um traficante com fuzil. Cria-se um clima de terror. Escolas e postos de saúde já fecharam várias vezes, e o número de pessoas nas igrejas diminuiu”, afirmou o prefeito de Meriti, Sandro Matos, que pediu ao governador Luiz Fernando Pezão que a PM retirasse as barricadas em diversos bairros.

Sandro Matos soube do fato pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Alirio Montebrune. Este recebeu um relatório da empresa Dinâmica, prestadora do serviço de coleta domiciliar, informando que está “impossibilitada de fazer a coleta em algumas áreas devido à presença de traficantes armados”.

Policiais retiraram barricadas de comunidades como o FumacêÉ Notícia Meriti

Na carta, a empresa avisa que traficantes ameaçam os coletores e motoristas. Os locais citados são Engenheiro Belford, Buraco Quente (Vila Humaitá), Bacia, Vila Norma, morros do Soldado, Prefeito, Amor, Caixa d'Água e Fumacê (Venda Velha), Castelinho e uma área do Centro.

“Na Vila Ruth, uma empresa abandonou a obra de uma quadra de esportes por causa do tráfico. A situação piorou muito na Baixada depois dos avanços das UPPs no Rio”, lembrou Sandro Matos.