Por karilayn.areias
Rio - As famílias de Niterói desabrigadas nas fortes chuvas de 2010 que receberam apartamentos do ‘Minha Casa, Minha Vida’ com rachaduras, mofo, goteiras e infiltrações, em agosto passado, no Conjunto Habitacional Zilda Arns, no bairro Fonseca, finalmente tiveram um posicionamento da Caixa Econômica e da prefeitura.
Em reunião com moradores na última quinta-feira, após reportagem publicada pelo DIA no início de janeiro, a Caixa, responsável pelo programa habitacional do governo federal, informou vai rescindir o contrato com a construtora Imperial, que fez as obras e abandonou o local sem corrigir os erros da construção, e vai contratar outra empreiteira para fazer os reparos. A previsão é que as providências sejam feitas 45 dias. Os apartamentos foram concedidos a 374 famílias, muitas do Morro do Bumba.
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A Prefeitura de Niterói prometeu iniciar, em até 15 dias, intervenções emergenciais para minimizar os problemas.
“A gente lamenta que os imóveis tenham sido entregues em condições tão precárias. Muita gente está querendo sair dos apartamentos, pessoas que perderam suas casas e viram esses imóveis como esperança de vida”, diz o deputado estadual Flavio Serafini (Psol), da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio. Ele disse que o banco não esclareceu quanto já pagou pela obra ou como poderia ser ressarcido.
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Alguns apartamentos enchem de água quando chove e outros nem têm mais forro de gesso no teto. Os moradores do sétimo bloco temem o vazamento de água que mina 24 horas por dia no térreo.
Engenheiros e arquitetos da comissão apontaram várias irregularidades em vistorias antes de o condomínio ter sido entregue. As edificações custaram R$ 20 milhões ao governo federal e R$ 5 milhões à Prefeitura de Niterói. Segundo a Caixa, a construtora Imperial apresentou declaração da segurança estrutural dos blocos.