Por adriano.araujo, adriano.araujo
Com os dois braços engessados%2C Mercante ficará 45 dias afastado do trabalhoReprodução

Rio - O agressor do repórter fotográfico do jornal O DIA Mário Mercante, de 42 anos, empurrado de uma altura de mais de quatro metros no Arpoador, na Zona Sul, no último dia 12, enquanto trabalhava, responderá pelo crime de lesão corporal grave.

A conclusão foi chegada pela 14ª DP (Leblon) após ficar pronto o resultado do exame do corpo de delito. Com isso, foi aberto um inquérito para investigar as circunstâncias do crime. Inicialmente, o caso era tratado como lesão corporal leve e seria encaminhado para um Juizado Especial Criminal (Jecrim). O homem que empurrou Mercante responde em liberdade.

De acordo com o delegado assistente da 14ª DP, Pedro Casaes, no laudo do exame de corpo de delito realizado ficou constatada a incapacidade do fotógrafo para ocupações habituais por mais de 30 dias, o que indica o crime de lesão corporal grave.
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Testemunhas já foram ouvidas na delegacia, mas outras pessoas devem ser chamadas para depor no caso, inclusive o agressor, que não teve o nome divulgado. Câmeras de segurança da região também devem ser solicitadas.
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A previsão inicial de recuperação do repórter fotográfico é de 45 dias. Ele fraturou os dois pulsos e teve os dois braços engessados, além de sofrer outras luxações pelo corpo. Mercante se recupera em casa com a ajuda da família e irá passar pela terceira avaliação médica no próximo dia 18. Ciente da mudança no caso, Mercante disse que não quer que o agressor seja preso, mas sim sinta na própria pele o transtorno que causou na sua vida.
"Eu não queria que ele fosse preso, mas sim que ele prestasse serviço comunitário. De preferência que vá para um hospital de ortopedia, um Into da vida, e ajude as pessoas que estão passando por traumas. Isso aqui foi o mínimo, mas minha vida parou, de fato me incapacitou. Gerou um transtorno absurdo, dá trabalho para as pessoas fazerem minha higiene, me alimentarem. Quero que ele faça isso, ajude uma pessoa que esteja passando o que eu estou passando e veja o transtorno que ele causou. Preso só vai ser mais um custo para o estado", pediu.  
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A pena de lesão corporal grave prevê pena de um a cinco anos de prisão. Em 90 dias, o fotógrafo passará por um novo exame no Instituto Médico Legal (IML). Caso seja constatado que a agressão causou sequelas, a pena pode aumentar. 
Na época da agressão, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) disse que cobraria explicações à Polícia Civil sobre a soltura do homem que agrediu o fotógrafo do DIA. ?“Estamos comunicando às comissões de Segurança Pública e da Liberdade de Imprensa para cobrar da Polícia Civil. Ficou claro que houve uma tentativa de homicídio. O fotógrafo poderia ter morrido, pois caiu de uma altura de mais de quatro metros. E se não fosse o pulso quebrado, mas sim o pescoço?”, questionou, indignado o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
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