Por gabriela.mattos

Rio - Cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, Lula, se for para o governo, será também uma espécie de ministro da Fazenda. O ex-presidente tem deixado claro que a salvação de Dilma Rousseff passa pelo abandono de temas como a reforma previdenciária e pelo estímulo à recuperação econômica, à produção e à geração de empregos.

Para fazer o milagre, Lula quer usar parte das reservas internacionais do país, um seguro contra crises. Como a quantia acumulada é muito alta, US$ 372,4 bilhões, economistas petistas acham que é possível usar cerca de um terço do valor para dar um gás na economia.

Alívio na dívida
Outra opção seria usar os dólares para diminuir a quantidade de dinheiro que o governo pega emprestado no mercado todos os dias, o que daria um alívio ao caixa oficial.

Salto nas reservas
Para se ter uma ideia da dinheirama, quando Lula assumiu a presidência, em 2003, as reservas estavam em R$ 37,6 bilhões.

O fantasma de Furnas
Ao afirmar que Aécio Neves recebeu propina de Furnas, o senador Delcídio do Amaral (PT-MT) ressuscitou o caso da lista com nomes de diversos políticos do PSDB, entre eles José Serra, Geraldo Alckmin e o próprio Aécio, que teriam sido beneficiados por pagamentos arrancados de fornecedores da estatal.

Pedido de Aécio
Em depoimento à Lava Jato no último dia 3 de fevereiro, o delator Fernando Moura disse que ouviu do então poderoso ministro José Dirceu a informação de que Aécio pedira a Lula para manter um aliado, Dimas Fabiano Toledo, numa diretoria de Furnas.

Arquivado
Há um ano, deputados petistas pediram à Procuradoria-Geral da República para investigar a Lista de Furnas, mas o caso foi arquivado. Mês passado, o blog Diário do Centro do Mundo, ligado ao PT, produziu um documentário sobre as acusações.

Vitórias de Dilma
Um petista diz que, apesar de Delcídio ter afirmado que Dilma tentou libertar presos pela Lava Jato, ela saiu ganhando com a delação do senador: 1. Ele disse que a presidente fez uma intervenção para acabar com a corrupção em Furnas (e, por isso, arrumou briga com Eduardo Cunha); 2. Aécio foi implicado nas denúncias; 3. Aloizio Mercadante vai acabar fora do governo.

Decolagem abortada
Ao contrário do que fez em 2015, Michel Temer — de novo cotado para herdar a presidência — evita os holofotes e cuida dos bastidores. Ontem, disse para o deputado Mauro Lopes que ele deveria respeitar a determinação do PMDB e não assumir o Ministério da Aviação.

Fora da linha
As declarações de Delcídio jogam lama na linha sucessória de Dilma: Temer, Cunha e Renan Calheiros saem manchados. O quarto da fila é o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

Experiência
Indicado pelo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, para a presidência da Embratur, o ex-deputado sergipano Sérgio Reis não tem experiência no setor, mas guarda intimidade com questões legais. Recebeu condenação por improbidade administrativa e foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro.

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