Por gabriela.mattos

Rio - Nos três primeiros meses deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde só recebeu R$ 350 milhões dos R$ 600 milhões que deveriam ter entrado no seu caixa. Em dezembro, o governo se comprometera a repassar R$ 200 milhões mensais para garantir o funcionamento da rede. No fim de março, houve a promessa de repasse de R$ 100 milhões, mas apenas pouco mais da metade foi entregue. 

Para evitar um caos como o ocorrido em dezembro, a secretaria tem feito cortes nas áreas administrativas de todas as unidades.

Tesoura
A tesourada inclui redução de salários de diretores, diminuição de pessoal e maior rigor na compra de insumos. As despesas com hospitais e UPAs, que chegavam a R$ 254 milhões por mês, caíram para R$ 170 milhões, uma redução de 33%. Alguns serviços à população foram encerrados — os PAMs de Coelho Neto e Cavalcante não fazem mais exames laboratoriais.

Insuficiência
Mesmo assim, a conta não fecha. A diferença entre as receitas e o total de despesas tem sido coberta com verbas do governo federal, que não são suficientes para zerar o problema.

Dívida bilionária
Além das despesas deste ano, a secretaria ainda tem que pagar uma dívida de R$ 1,4 bilhão, herdada do ano passado, com fornecedores e com as Organizações Sociais que administram hospitais e UPAs.

Alerta
Ex-secretário de Planejamento e de Fazenda de Sérgio Cabral, Sérgio Ruy Barbosa cansou de alertar que o governo estava gastando demais. Ele achava exagerados os gastos com a criação de UPPs e UPAs. Apelidado de “Sérgio Ruim”, ele deixou a Fazenda em fevereiro — queria um corte de despesas bem maior que o admitido pelo governador.

Luz, câmera, ação
Aliado do governo federal, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) mandou filmar toda a reunião que marcou o rompimento de seu partido com Dilma Rousseff.

Prova
Se o impeachment não for aprovado, Requião vai usar as imagens para tentar provar que não havia quórum suficiente para que a decisão fosse tomada — os presentes votaram por aclamação.

Segregação
Funcionários terceirizados que trabalham na Junta Comercial do Estado (Jucerja), no Centro, são obrigados a comer em um refeitório diferente do usado pelos demais. Profissionais que atuam na segurança e na limpeza, eles fazem as refeições numa sala menor, com apenas um micro-ondas. Já os outros servidores dispõem de um refeitório amplo, com quatro micro-ondas e uma TV de tela plana.

Lei esquecida
A prefeitura ainda não definiu o valor da multa para quem for pego lavando calçadas e carros com água potável. A lei deveria ter sido regulamentada até março.

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