Por thiago.antunes

Rio - Trazer os moradores do asfalto para o morro e mostrar que, na favela, a produção cutural bomba. A ideia dos primos Ronaldo Marinho e Lucas Gomes, crias do complexo do Pavão/Pavãozinho/Cantagalo, ganha forma hoje a partir das 8h e segue firme até 23h, quando termina a última apresentação do Festival ‘Favela em Dança’.

O evento, que está na sua segunda edição, reúne 20 grupos de hip hop e break num lindo casarão na Ladeira Saint Roman 149, com entrada franca. “Quero que as pessoas subam o complexo”, conta Ronaldo, que teve de largar o passinho por conta de um problema no joelho e hoje estuda Gestão Ambiental. “O próximo passo é encaixar este projeto nos editais de fomento de cultura”, emenda Lucas, na faculdade de TI. A falta de verba, no entanto, não os impediu de construir o sonho. Quem for assistir as Batalhas de Passinho, que começam às 10h, verá.

O grupo de dança SML Street%2C da comunidade Pavão-Pavaozinho%2C vai participar da disputaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Gratidão às redes

Se o Festival Favela em Dança está de pé, os dois agradecem à Agência Redes para a Juventude. Lá o projeto passou por um pente fino e conseguiu arrecadar R$ 10 mil para se manter de pé. Nada que seja capaz de pagar a produção do evento, mas o suficiente para manter aceso o orgulho do jovem João Victor Kennedy, de 13 anos — morador da comunidade.

João, um brasileiro

João é dançarino de funk e traz a ginga do berço. Aos sete anos foi descoberto jogando bola com os amigos no Pavãozinho. Em meio aos dribles, sempre sobrava tempo para os requebrados do funk, que vazava das caixas de som. De tanto insistir e mostrar seu talento, entrou para o grupo da favela, o ‘Sensacionais do Passinho’. João dançará com o grupo SML Street.

Trabalho na autoestima e aceitação

Os olhos da professora Dani Possidonio, do SML Street, brilham com o talento do garoto. No número que apresentarão, João ‘quebra’ o hip hop com funk. Comandando uma trupe de jovens estudantes da ONG Solar Meninos de Luz, a professora sabe o valor de uma apresentação para a rapaziada que luta em busca de provar seu valor. “A dança de rua leva as pessoas a lugares em que eles são vistas. Isso aumenta a aceitação do grupo, formado por jovensque lutam contra as dificuldades da vida, e a sua autoestima”, conclui.

Funk voltará na MineiraAndré Balocco / Agência O Dia

Funk e paz na Mineira

O funk está de volta à Mineira — e com uma dobradinha do bem. Três dias depois do baile que arrecadou quase 300 kg de alimentos, cobrados como ingresso para a festa na quadra, Pedro Paulo Ferreira, presidente da Associação de Moradores da favela, doou as cestas básicas para os mais carentes do Complexo do São Carlos, ao lado do tenente Murilo.

A parceria entre a PM e a Associação de Moradores promete ir mais longe. Segundo Pedro Paulo, o próximo passo será o incentivo à doação de sangue para o baile de novembro. Sub-comandante da UPP, o tenente Murilo gostou do que viu. “O sucesso dos dois bailes é mais um sinal do trabalho de reaproximação com a comunidade”, disse.

Vila Kennedy

Reaberto este ano, o Teatro Mário Lago, no conjunto habitacional da Zona Oeste, apresenta o espetáculo ‘Dançando com Elas’ amanhã, às 15h, com mostra de coreografias.

Prazeres

O Grupo PROA convoca os moradores da comunidade e adjacências para uma discussão e alerta sobre o cancer de mama e de útero no CMS Ernani Agrícola, hoje, das 8h às 17h.

São Carlos

Marcos Criolo, presidente da Associação de Moradores do complexo, convoca para a inauguração da Academia Comunitária Unidos do São Carlos, no campo da terrinha.

Vidigal

O Dia das Crianças, na Vila Olímpica do Vidigal, será hoje. A partir das 8h a criançada poderá jogar futebol de sabão, fazer pinturas no rosto e pular na cama elástica. Grátis

Rádio no São Carlos

O Complexo de São Carlos vai ganhar uma rádio comunitária. Em parceria com a Rádio Nova Onda, do Vidigal, a comunidade terá espaço na programação da FM, regularizada pela Anatel, no dial 99,7. O estúdio será na sala da sede da Associação de Moradores do morro.

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