Por felipe.martins

Rio - Quando a Pacificação começou no Turano, Evandro Machado, diretor do Espaço Cultural Fazendo Arte, acreditou que os serviços básicos chegariam juntos — mas o que recebeu foi um lixão na porta da sede. Desde o início da semana o medo é de que caia o muro do prédio aonde atende mais de 50 crianças e adolescentes com seu projeto, vencedor do prêmio Itaú Unicef de 2013.

“A Comlurb recolhe o lixo de qualquer jeito, com tratores de pá mecânica, e acabou abrindo um buraco no muro”, acusa ele, 37 anos, que há 20 coordena o espaço na entrada da favela, no Rio Comprido. Com as fortes chuvas dos últimos dias, parte do barranco contido pelo muro cedeu. “Já fui várias vezes pedir a saída do lixão daqui, mas eles sempre falam que vão resolver e não resolvem”, continua.

Garis diante da pá mecânica%2C que usa muro para escorar a retirada de detritos%3A lixão surgiu após a UPPDivulgação

Além do medo, Evandro e as crianças convivem com ratos e outros animais peçonhentos. “O lixão era no terreno onde fizeram a UPP. Empurraram ele para cá e outro dia uma ratazana pulou no peito de um menino. É muito desagradável.”

Cansado de pedir, ele agora quer que ao menos a empresa instale recipientes adequados. “A gente até aceita a lixeira, mas a Comlurb tem que conservar. Aqui é o cartão-postal da favela.”
Em nota, a Comlurb informou que o lixo é removido todos os dias e que, como alguns moradores depositam entulho no local, é necessária o uso da pá mecânica. Disse também que irá solicitar à Secretaria de

Conservação o conserto do muro, mas não informou prazo para o reparo. Sobre a possibilidade de retirar o lixão da porta do ‘Fazendo Arte’, a assessoria disse que passará a sugestão para o setor responsável.

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