Maiara Felício em manifestação no plenário da Câmara sobre o retorno das aulas presenciais - Reprodução Internet
Maiara Felício em manifestação no plenário da Câmara sobre o retorno das aulas presenciaisReprodução Internet
Por Paula Valviesse
Maiara Felício (PT), de 26 anos, foi a vereadora mais votada de Nova Friburgo, com 1.870 votos nas Eleições 2020. No sábado (06/02), a parlamentar usou as redes sociais para publicar seu posicionamento no plenário sobre o retorno das aulas presenciais no município, destacando que é preciso uma maior vacinação, campanha de prevenção ao contágio da Covid-19, antes de se falar sobre a retomada das aulas. A publicação recebeu várias curtidas e comentários, entre eles alguns comentários criminosos e racistas.

Sobre a situação, Maiara destacou que registrou a ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Friburgo, exercendo seu direito como cidadã. De acordo com ela, essa não foi a primeira vez que foi vítima de crimes de racismo, calúnia e difamação, mas foi a primeira ocorrência desde que tomou posse no Legislativo.

“Me pronunciei sobre o retorno presencial das atividades escolares e fizeram comentários, muitos dos quais com conteúdo de injúria racial. Estive na Deam e registrei a ocorrência, são duas ocorrências, de injúria racial e de calúnia e difamação.A violência tem que ser denunciada, não podemos achar que a internet é terra de ninguém. Muitas vezes as pessoas usam esse meio social para fazer ofensas, mas precisamos denunciar, porque só assim vamos lutar contra essa situação que é o racismo”, desabafou a vereadora.

Depois da manifestação, os comentários feitos nas redes sociais da vereadora foram apagados pelos próprios autores, mas foi possível salvar as informações por meio de prints, que foram apresentados no registro da ocorrência. Em um dos comentários printados a parlamentar é chamada de “negrinha” e é dito que ela “vá tomar banho”.

Segundo a Deam, a investigação ainda está em fase inicial, mas já foram identificados dois nomes, que ainda precisam ser confirmados. Agora, com a identificação dos suspeitos, eles serão localizados e chamados para prestar depoimento. A pena prevista para esses crimes, de acordo com o artigo 140, parágrafo 3, do Código Penal, é de 1 a 3 anos de detenção e multa.

A Câmara de Vereadores, na figura do presidente Wellington Moreira (PSL) se posicionou sobre o caso em uma nota oficial publicada no site do Legislativo: “A Câmara Municipal de Nova Friburgo lamenta o ocorrido e repudia veementemente qualquer tipo de conduta discriminatória seja por raça, credo, cor ou quaisquer outras formas de discriminação. Além disso, o Poder Legislativo Friburguense, na figura de seu presidente, o vereador Wellington Moreira, se solidariza com a parlamentar e se coloca à disposição para ajudar no que for necessário”.


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