Avenida Alberto Braune, no centro de Nova Friburgo
Avenida Alberto Braune, no centro de Nova FriburgoPaula Valviesse
Por O Dia
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) e a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf) ingressaram na Justiça nesta sexta-feira (9/04) com pedido de tutela antecipada pela suspensão dos decretos municipais que impedem o funcionamento do comércio na cidade. De acordo com o presidente da CDL e do Sincomércio, Braulio Rezende, há um ano o setor vem amargando sérios danos com alternância de portas fechadas e abertas e já não consegue conviver com tamanha instabilidade.
Ainda de acordo com Braulio Rezende, muitas empresas faliram, outras se veem prestes a encerrar suas atividades e milhares de empregos se encontram sob risco em Nova Friburgo: “Sem qualquer exagero, podemos assistir em breve a uma falência generalizada no comércio e à consequente perda de postos de trabalho que significam o sustento de grande número de famílias friburguenses. A situação alcançou um ponto insustentável para o nosso segmento e para os demais ramos econômicos também”, destaca.
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O presidente da Acianf, Júlio Cordeiro, acrescenta que o último decreto, que implantou rodízio de CNPJs na vigência de Bandeira Roxa, desagradou à maioria dos empresários e se mostra de difícil operacionalização. Ele acha que Nova Friburgo deveria ter seguido modelo de cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, que permitiram a reabertura do comércio com regramentos.
“O Decreto 953/2021 não contemplou os setores não essenciais, que estão fechados há bastante tempo e reivindicavam voltar a funcionar, mesmo que parcialmente, e ainda mexeu nos ramos que vinham abrindo e agora se sentem prejudicados. Alguns deles até estratégicos, como alimentação, onde pode ocorrer desabastecimento”, ressalta Júlio Cordeiro.
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Com a experiência adquirida nos meses de maio a novembro de 2020, Braulio Rezende assinala que o comércio não deve ser responsabilizado pelo recrudescimento da pandemia. Ele lembra que os casos de Covid aumentaram depois das festas de fim de ano e das férias de verão, não em razão da abertura das lojas.
“Funcionamos naquele período respeitando as normas sanitárias e não houve explosão da pandemia. É injusto culpar o comércio se estamos fechados e as ruas continuam cheias, as filas em bancos e lotéricas são enormes e os ônibus circulam lotados”, defende.
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O presidente da CDL e do Sincomércio afirma que as entidades buscam sempre diálogo com o poder público e, desde março do ano passado, apesar de lutarem incansavelmente pelos interesses do setor, acatam as restrições impostas no município por desejarem colaborar com o enfrentamento à pandemia. Neste momento, entretanto, o comércio chegou ao seu limite, com as empresas em estado crítico, conforme relata Braulio Rezende.
“O prolongamento deste cenário inviabiliza boa parte das empresas friburguenses, sobretudo as do comércio. Esticamos a corda até quando suportamos. E recorremos à Justiça para tentar salvar nossos negócios. Não pregamos desordem, nem desobediência, nem tumulto. Só queremos recuperar nosso direito ao trabalho”, acentua ele.
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