Pouco sobrou da Fazenda São Bernardino após um incêndio na década de 1980 - Alziro Xavier/Divulgação PMNI
Pouco sobrou da Fazenda São Bernardino após um incêndio na década de 1980Alziro Xavier/Divulgação PMNI
Por O Dia
Nova Iguaçu - Em mais uma ação para comemorar os 187 anos de Nova Iguaçu, a Prefeitura promoveu uma visita à antiga Vila de Iguassú, onde estão situados patrimônios históricos da cidade. A primeira parada nesta quinta-feira, dia 16, foi na Fazenda São Bernardino, um dos principais símbolos da história iguaçuana.

“Temos uma proposta para a recuperação da tulha (onde se guardava a produção e objetos do engenho) e da senzala da fazenda. Também temos o grande sonho de restaurar o casarão. Ele poderia abrigar algo como o Museu de Iguaçu ou então o Museu de Artes da Baixada. O espaço também poderia receber grandes eventos culturais”, vislumbra o secretário municipal de Cultura, Marcus Monteiro.
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A expedição também passou pelo Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, pela Torre Sineira da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú e pelo Cemitério de Iguassú Velho, que teve sua escadaria construída no século XIX e restaurada no ano passado.

Todos estes locais eram desconhecidos para a engenheira civil Maria Emília Magalhães. Aos 88 anos, ela esbanjou disposição durante o passeio.
“O único lugar que eu conhecia aqui era a Fazenda São Bernardino, mas a última vez que vim aqui faz foi na década de 1980, antes do incêndio. É triste ver como está, que o patrimônio ficou abandonado durante todo este tempo. Felizmente há um projeto de restauração que vai permitir recuperar parte da história”, disse Maria Emília.

Mini Paraty em Nova Iguaçu
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As duas últimas paradas da expedição foram o antigo Porto de Vila Iguassú e a Estrada Real do Comércio, uma das mais importantes vias na época do Império. Às margens dela, o secretário Marcus Monteiro pretende criar uma espécie de ‘mini Paraty’.

O projeto apresentado pela SEMCULT constitui na abertura de edital de ocupação das áreas através de disponibilização de lotes. “Iremos fornecer os projetos arquitetônicos, e as construções deverão seguir o padrão. Temos um calçamento fantástico e beleza paisagística maravilhosa. Podemos transformar um trecho da Estrada Real do Comércio em uma pequena Paraty. Este lugar precisa ser mostrado ao mundo”, afirma o secretário.

Programa Patrimônio e Artes
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Antes do passeio, chamado de expedição pelos organizadores, a Secretaria Municipal de Cultura (SEMCULT) apresentou o ‘Programa Patrimônio & Artes’ que tem como objetivo a valorização, divulgação, recuperação, restauração e proteção do Patrimônio cultural, material e imaterial iguaçuano.

A explanação aconteceu no Teatro Sylvio Monteiro, na Casa de Cultura, e contou com a participação de membros do governo, da sociedade civil organizada, empresários e representantes de matrizes africanas.

Cultura local valorizada
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A Prefeitura de Nova Iguaçu instituiu 2020 como o Ano do Patrimônio Cultural Iguaçuano. O decreto nº 11.835, de 9 de janeiro de 2020, publicado em Diário Oficial no último dia 10, tem como objetivo recuperar, divulgar, valorizar, proteger e preservar o patrimônio cultural, material e imaterial da cidade.

Também ficou estabelecida a criação da Medalha do Mérito Cultural, uma antiga reivindicação dos artistas e dos gestores de cultura do município.
Com o decreto do prefeito Rogerio Lisboa, as secretarias de Cultura e Urbanismo de Nova Iguaçu devem buscar parcerias com instituições, empresas e sociedade civil organizada, com o objetivo de integração e captação de recursos que visem a realização de projetos relacionados a proteção e preservação do patrimônio cultural.
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Além da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (FENIG) dando apoio, a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Cultura, vai desenvolver ações de educação patrimonial, especialmente em palestras, mostras, exposições, seminários e visitas aos sítios e monumentos históricos iguaçuanos.

Em relação à medalha e o diploma de Mérito Cultural da cidade, a homenagem será concedida a pessoas e instituições que trabalhem em prol da cultura iguaçuana. A escolha será feita por uma comissão formada por cinco pessoas.