Publicado 31/08/2021 12:52
Mulher negra, nascida e criada em uma comunidade na Baixada Fluminense, superou inúmeros obstáculos ao longo de sua trajetória profissional e continua a vencer na vida. Essa é a história de Luciana de Carvalho, a mais nova médica do Hospital Geral de Nova Iguaçu. Recém-formada em medicina, ela inicia mais uma etapa em uma carreira toda dedicada aos cuidados com o próximo. Isso aos 62 anos de idade, uma prova de que nunca é tarde para perseguir seus sonhos.
Para a nova médica, o Hospital da Posse é como uma segunda casa. Lá, ela chegou em 1995 para trabalhar como instrumentadora cirúrgica e auxiliar de enfermagem. Pouco depois, fez curso e se tornou técnica em enfermagem, atuando em praticamente todos os setores da unidade. Já em 2004, iniciou a faculdade de enfermagem, se tornando enfermeira em 2008, ocupando, inclusive a Superintendência de Enfermagem.
Até então, Luciana já tinha construído uma história de vida maravilhosa e se sentia realizada, mas uma tragédia pessoal, quando perdeu o único filho, assassinado, tirou toda sua alegria. No entanto, a força e o apoio recebidos de amigos de trabalho e familiares a ajudou a seguir em frente e perseguir o sonho de se tornar médica. Ela entrou no curso em 2015 e se formou em julho passado.
“No início da formação, eu não tinha motivação. Só tristeza. Mas percebi que poderia ser útil aos jovens e mães dos jovens que poderiam passar pelo que vivi. Isso me incentivou a continuar fazendo medicina. A situação envolvendo meu filho me fez perceber que eu poderia ser um ser humano melhor para reproduzir dentro do meu trabalho o amor, a fé e caridade que faço até hoje”, disse Luciana.
Agora, atendendo agora no setor de emergência, de segunda a sexta-feira, e também desempenhando funções de gerenciamento no centro cirúrgico, Luciana lembra, com muito orgulho, de sua trajetória. Apelidada carinhosamente como Vovózona pelos colegas de universidade, ela enfrentou situações complicadas. Sem condições financeiras, ela estudava com cópias de livros. Isso chamou a atenção do amigo e incentivador Joé Sestello, hoje diretor geral do HGNI.
Agora, atendendo agora no setor de emergência, de segunda a sexta-feira, e também desempenhando funções de gerenciamento no centro cirúrgico, Luciana lembra, com muito orgulho, de sua trajetória. Apelidada carinhosamente como Vovózona pelos colegas de universidade, ela enfrentou situações complicadas. Sem condições financeiras, ela estudava com cópias de livros. Isso chamou a atenção do amigo e incentivador Joé Sestello, hoje diretor geral do HGNI.
“Foi um grande desafio. Chorei muitas das vezes, certa que desistiria. Cansaço, idade e responsabilidade pesavam. Um dia, o Joé me perguntou como eu fazia para estudar e eu disse que era através das cópias das páginas de livros, pois não tinha condições de comprar os livros. Então, ele me presenteou com meu primeiro livro, e me pediu para estudar nele. Joé sempre me incentivou a seguir em frente. Tenho um carinho enorme por ele e por toda a equipe do HGNI”, completou.
Mas para quem pensa que Luciana já alcançou tudo que queria, ela esclarece que o caminho dos estudos não vai parar. Os próximos passos são duas especializações médicas, sendo a primeira em cuidados paliativos. E a médica tem interesse também pela psiquiatria.
“Escolhi me candidatar para cuidados paliativos porque, se nós juramos salvar vida e cuidar de vidas, temos que ajudar a quem, ao longo da vida, adquiriu alguma doença que a afasta da sociedade e do convívio da família, como o HIV, câncer e outras patologias. Quero cuidar e dar dignidade, apreço e carinho ao paciente e seu familiar. Já a psiquiatria me ocorreu durante um estágio, ao abordar um paciente que tinha aproximadamente 20 anos que pedia socorro. Isso me chamou a atenção. Após a pandemia, quero poder cuidar dos casos que surgirem”, afirmou.
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