Atriz Dandara Lorena está em cartaz com o espetáculo Terra de Reis.Divulgação
Publicado 31/08/2021 14:08
Iguaçuana de nascimento, a atriz Dandara Lorena está de volta aos palcos com o espetáculo ‘Terra de Reis’. Tendo o Reisado – tradição brasileira originada ainda no século XVIII – como pano de fundo, a peça apresenta a sobrevivência das partes menos favorecidas envoltas na manutenção dos costumes que se mantêm vivos por gerações. O espetáculo marca a segunda parte da trilogia ‘Poéticas do Subúrbio Carioca’ além de ser a primeira parceria da Cia Placenta com o Grupo Moitará, referência na pesquisa de linguagem pedagógica da máscara com mais de 30 anos e responsável pela composição cênica e pela direção do espetáculo
Saltando por períodos históricos como a corrida do ouro, o declínio da cafeicultura fluminense e a reforma urbana de Pereira Passos, o espetáculo se desenrola por meio de vivências que raramente são postas no lugar de protagonismo. E, ao mergulhar na cultura carioca, o que vem aos palcos retrata como a Folia de Reis é mais que uma tradição, mas também uma promessa de sobrevivência, ancestralidade e herança mesmo em um cenário pouco favorável.
“O processo de montagem de Terra de Reis tem sido o meu maior desafio pois, sempre que acho que estou chegando no meu limite, a sala de ensaio me mostra que posso ir além. Trabalhar com o Moitará e sua metodologia tem me feito descobrir que tipo de artista eu quero ser e como quero ser lembrada. Não basta ser boa, tem que ter disciplina, tônus e sentido”, disse Dandara.
Em meio a pandemia, a montagem de espetáculos teatrais tem se mostrado um desafio ainda maior, tanto física, como emocionalmente. Na construção do seu atual trabalho, Dandara contou sobre as dificuldades com o projeto e revelou ter enfrentado momentos de angústia.
“Conciliar trabalho, estudo, ensaio, casa, família, amigos tem sido uma loucura. Houve um momento no meio do processo que achei que o meu corpo e mente iriam desligar de tanta informação, tanto é que teve um dia de ensaio que eu tive uma crise de choro que não passava. No outro dia de ensaio eu ainda estava abalada e a Seh, uma personagem do 2° giro, me fez entender que tudo bem não ser forte sempre, tudo bem desabar, o que nós fazemos com esse sentimento é o que importa. Ele pode te impulsionar ou te parar. E ao descobrir isso eu finalmente comecei a conhecer a Seh mais profundamente”, afirmou.
A temporada acontecerá de 09 a 12 de setembro no Teatro Gláucio Gil e de 23 a 26 de setembro, no Teatro Arthur Azevedo, de quinta a domingo, sempre às 19hs.
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