Por tiago.frederico
Embarcação Vital Brazil na Baía de GuanabaraCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Rio - Com a suspensão da linha Cocotá-Praça XV, operada pela CCR Barcas, as únicas opções de transporte coletivo que sobraram aos moradores da Ilha do Governador, nesta sexta-feira, foram os ônibus e as vans, no entanto, embora um aumento na frota dos coletivos tenha sido anunciado, moradores reclamaram da falta de ônibus naquele bairro da Zona Norte e do tempo de espera por um coletivo. Outra reclamação foi o trânsito que, segundo eles, ficou caótico.

Morador do Jardim Guanabara, Davson Santana, 36 anos, contou que levou quase três horas para chegar ao trabalho. Acostumado a usar os ônibus do tipo "frescão" (executivos e com ar-condicionado), ele optou pelas vans nesta sexta-feira já que os coletivos chegavam completamente lotados ao ponto.

"Eu não uso as barcas, pois o Terminal Cocotá fica muito longe da minha casa e acaba não compensando, mas a falta delas meu deslocamento. Como não teve barca, as conduções já chegavam ao Jardim Guanabara todas lotadas. Nem as vans estavam sendo suficientes para atender a demanda. Esperei mais de 1h30 na fila da van, que estava gigantesca", disse o morador da Ilha.

O morador ainda revelou que, após a longa espera, levou mais de uma hora para chegar ao Centro do Rio, devido ao trânsito na saída da Ilha. "O trânsito estava muito ruim. Os reflexos chegavam no meu bairro, o Jardim Guanabara, na altura da Rua Cambaúba. A van seguiu pela Estrada das Canárias, que também estava com trânsito ruim", afirmou.

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Através do WhatsApp do DIA (98762-8248), a leitora Ana Carina, de 36 anos, também relatou os transtornos provocados pela suspensão do serviço das barcas. "Após o acidente na estação Cocota, o trânsito ficou caótico dentro da Ilha do Governador. Não tinha condução para toda a população que anda de barca. A Estrada do Galeão estava praticamente parada", disse.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio concordou com a reclamação sobre o trânsito. Segundo informou o órgão, às 7h58, a Estrada do Galeão apresentava lentidão em toda a sua extensão, no sentido Linha Vermelha.

Obras de reparo

Ao longo desta sexta-feira, equipes de manutenção da CCR Barcas trabalham no Terminal Cocotá para reparar o flutuante, estrutura de embarque e desembarque que liga a embarcação ao píer e que foi interditada pela Capitania dos Portos. Ele foi deslocado e danificado nesta quinta-feira enquanto a embarcação Vital Brazil atracava durante a viagem de 17h30.

Os 732 passageiros que estavam a bordo da embarcação Vital Brazil foram resgatados em duas embarcações enviadas pela Capitania dos Portos e pelos bombeiros%2C nesta quinta-feiraAlexandre Brum / Agência O Dia

Segundo a Capitania dos Portos, o flutuante ficará interditado até que as condições de segurança sejam normalizadas. Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi aberto, visando apurar as causas e as circunstâncias do acidente. A previsão de conclusão é de 90 dias.

De acordo com a CCR Barcas, para atendimento aos usuários haveria reforço no número de ônibus que atendem a região da Ilha. Esta também foi promessa da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), que informou ter solicitado, na quinta-feira, apoio da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e da Fetranspor/Rio Ônibus. Segundo a secretaria, seria dada uma especial atenção no atendimento aos passageiros por ônibus em Cocotá.

Resgate dos 732 passageiros

Os 732 passageiros que estavam a bordo da embarcação Vital Brazil, nesta quinta-feira, foram resgatados, inicialmente, por duas embarcações enviadas pela Capitania dos Portos e pelo Corpo de Bombeiros. Posteriormente, uma terceira embarcação de apoio, com maior capacidade de transporte, da empresa Camorim, foi enviada ao local.

Segundo a Capitania dos Portos, todos os passageiros foram retirados com segurança da Vital Brazil e não houve feridos e nem poluição hídrica.

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