Copa Evangélica de Futebol, com 150 times no estado, é usada como ferramenta de evangelização. Cada equipe só pode ter quatro jogadores de outros credos
Por bianca.lobianco
Rio - Mais que uma competição, a Copa Evangélica de Futebol do Rio de Janeiro</CW>, que começa em 1º de agosto, é encarada por seus organizadores como uma ferramenta de evangelização. Disputada desde 2007, ela reúne cerca de 150 times de diversas cidades, divididos em seis polos.
O regulamento é rígido na defesa do projeto de ser uma competição de evangélicos. Mas permite que cada time tenha até quatro jogadores ateus ou de outros credos.
Essa mescla é uma das armas da Assembleia de Deus Central em Engenheiro Pedreira (Adcep), de Japeri. Campeã do Polo Baixada e vice-campeã estadual em 2011, a equipe é uma das favoritas.
Mas o técnico Enéas Pereira, 49 anos, que vai contar com atletas que participaram da conquista de 2011, avisa que todos, evangélicos ou não, devem obedecer às normas do campeonato: não xingar; respeitar os companheiros, o técnico, a equipe adversária e, principalmente, a arbitragem, independente de erros e acertos.
Segundo o treinador, 80% dos jogadores convidados acabam se convertendo. “Não há obrigatoriedade de ser na nossa, mas ficamos felizes desde o momento em que eles passam a frequentar uma igreja. Esse é nosso maior objetivo”, diz Pereira.
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Capitão da equipe campeã em 2011, Enéas Matias, 31 anos, espera levantar mais uma taça. O título, no entanto, é o menos importante.
Ele garante que vale mais se divertir em campo e mostrar para todos que é possível jogar futebol sem ofender a mãe do juiz ou a dos adversários. “Nosso intuito é evangelizar”, explica o jogador. Enéas afirma que a responsabilidade dos evangélicos em mostrar bons hábitos é grande. “Temos que passar isso aos jogadores que não são da igreja, mas fazem parte do time”, diz o capitão.
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No dia 26, o time de Japeri disputa a Copa Missionária. O torneio, em Engenheiro Pedreira, é preparatório para a Copa Evangélica.