Rio - Para os alunos de voo livre de Nilópolis o céu é o limite. Depois de seis meses com aulas práticas e teóricas, agora eles estão preparados para saltar sozinhos pela primeira vez. O sonho será realizado sábado, na Rampa da Paz, em Mesquita. As aulas, oferecidas gratuitamente pela prefeitura, foram realizadas no Parque Natural de Gericinó.
O operador de máquinas Rogério Luiz Pereira, 40 anos, se esforçou ao máximo para aproveitar o curso que, se fosse pago, custaria cerca de R$ 4 mil. “Não teria condições de financiar um sonho que carrego comigo desde a infância. Com o workshop de voo estou me sentindo realizado”, comenta ele, que está ansioso para decolar sem o professor Afonso Urbieta, 62 anos. “A emoção de estar pertinho do céu é inenarrável, e a sensação é de liberdade total”, descreve Rogério.

Para a ‘formatura’, a secretária de Turismo, Márcia Cristina Ferreira D’Anunciação, garantiu que um parapente ‘novinho em folha’ será utilizado no primeiro salto dos alunos. “Atualmente os equipamentos são cedidos pelo professor, mas em breve teremos mais materiais à disposição do curso”, afirma a secretária.
Ela planeja construir, também, no Parque Gericinó, a maior pista de aeromodelismo do Rio de Janeiro. “Temos um bom espaço e queremos aproveitá-lo como entretenimento para o povo nilopolitano”, diz.
O curso começou com quatro pessoas, e hoje conta com oito. “Muitos procuram, mas infelizmente não temos vagas para todos”, explica Afonso, que tem cerca de 500 saltos de paraquedas. As inscrições podem ser feitas na Secretaria de Turismo, na Rua Antônio João Mendonça 21, Centro. Tel.: 2791-2777.
‘Agora me sinto seguro e preparado’
De acordo com o instrutor Afonso Urbieta, as técnicas para realizar um salto convicto se fundamentam em cinco princípios básicos: segurança, qualidade, produtividade, responsabilidade ambiental e social. “É a partir dessa estrutura que procuro construir minha metodologia”, orienta Afonso que não mede as palavras na hora de chamar atenção quando um aluno comete falhas.

“Sei que o professor faz isso para o nosso bem. Valeu a pena cada conselho dado por ele. Agora eu realmente me sinto seguro e preparado para voar. Não vejo a hora de realizar meu primeiro salto sozinho”, conta o eletrotécnico Marcus Vinícius Siqueira, 25, que deseja se superar suas expectativas voando por 2h mais próximo das nuvens.
“Quando estou lá em cima esqueço de tudo. A hora passa e a única coisa que consigo fazer é admirar a natureza”, revela Marcus.