Por marcelle.silva
No universo da gastronomia carioca, atualmente, só se fala nos ‘food trucks’, e na lei que deve regulamentar em 2015 a presença nas ruas dos veículos sobre rodas equipados com fogões e cozinhas para vender comida em eventos próprios, e futuramente nas esquinas. Seja como for, é bom que o pessoal do Rio, incluindo diversas grifes culinárias, visite o município de Belford Roxo e conheça o fenômeno de sabor e popularidade do Caldinho da Mamãe.
A variedade e a qualidade dos caldos atraem os clientesDivulgação

Das inúmeras panelas enfileiradas no carrinho comprido que ilumina a calçada repleta de mesas, na noite da cidade, saem nada menos do que 60 sabores de caldos, cremes e até risotos feitos com o carinho que sugere o nome da empreitada. A trajetória da família por trás dos quitutes começou num desses lances do destino onde o acaso altera para sempre, e positivamente, o curso da história.

A saga de receitas como o pernil atolado (no creme de aipim), a Delícia de Batata (cremosa com carne moída, bacon, calabresa e queijo minas picadinho) e o Brasileirinho (costela de boi, carne seca, couve e cenoura) começou com uma (bem-vinda) derrota política. Foi quando Priscila Macedo, de 32 anos, que trabalhava como assessora de um vereador que não se elegeu, ficou desempregada que ela resolveu arregaçar as mangas para mostrar os dotes culinários aprendidos com a mãe, Maria Lúcia, e aprimorados ao longo da vida.

Na primeira semana, o movimento já superou as expectativas. E foi questão de tempo para Maria Lúcia deixar seu emprego, assim como Kelly, a irmã de Priscila, e a família se unir em torno do negócio que hoje conta com 13 empregados e vende cerca de 1.500 litros de caldos por semana. A maior parte deles finalizados com couve e torresmo, toque mineiro que faz a alegria da clientela — as filas se formam tanto para os que pretendem comer no local, quanto os que pedem os caldos para viagem.
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O preço das gostosuras vai de R$ 5 a R$ 15, e panelões de 14 litros podem ser encomendados para festas. Servem cerca de 50 porções ao preso de R$ 190, no caso do caldo de camarão. “Fazemos tudo com amor, como se fosse para nós mesmos. É por isso que deu certo. Se for para fazer algo de qualquer maneira, sem qualidade, é melhor nem começar”, diz Priscila.
E as versões surgem em sabores que vão do inhame com linguiça à caldeirada e o angu mineiro, que leva costela, carne desfiada, queijo muçarela e couve por cima.
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CALDINHO DA MAMÃE. Avenida José Mariano dos Passos 1.693, Belford Roxo. De quinta-feira a domingo, das 20h às 23h30. Só aceita dinheiro.