Rio - Enquanto em Guapimirim a Secretaria de Estado de Ambiente precisa disfarçar seus fiscais como caçadores para impedir a destruição da fauna, em Japeri as secretarias de Ambiente e Educação fizeram uma parceria que está rendendo frutos. A importância da preservação das espécies do tatu que estão em risco de extinção foi o tema ganhador da VIII Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Fecti) de 2014, com o projeto ‘Nosso Tatu’.
O projeto, das alunas Gisele Lima, de 14 anos, Laura Rodrigues e Evelyn Santos,ambas de 13, da Escola Municipal Tânia Mara. Elas tiveram a orientação das professoras de Matemática, Camila Monique Codeça, e de Biologia, Claudinez Félix.

Em novembro, Gisele e Laura participam da Feira Jovem, em Olinda, em Pernambuco. Elas representarão o Estado do Rio numa disputa nacional. Estarão acompanhadas por Claudinez.
O personagem mascote da Copa do Mundo de Futebol, o Fuleco, inspirou a professora de Biologia, que determinou que a turma fizesse um trabalho de pesquisa em homenagem ao tatu-bola. O objetivo do trabalho era mostrar o quanto é comum em Japeri o costume de caçar, matar, prender, comer o animal e ainda venderem a couraça.
Após a construção do Arco Metropolitano, rodovia expressa que liga Itaboraí a Itaguaí, o local se tornou mais uma ameaça à espécie. Na estrada, com pistas de alta velocidade, são comuns os atropelamentos do animal.
Durante os estudos, elas levantaram dados importantes para auxiliar na preservação dos bichos e apresentaram os resultados através de gráficos. Segundo as respostas aos questionários feitos a pais e alunos, na cidade existem três espécies: tatu-galinha, tatu-mirim e tatu-peba. Mas há quem afirme com convicção que já viu também tatu-bola em Japeri.
A pesquisa mostra que se o hábito atual não for mudado, as espécies desaparecerão. Mas, para evitar a caça, é preciso diminuir a pobreza.