Rio - Reza a lenda que a imagem da padroeira dos navegantes caiu na rede de pescadores em uma terrível tempestade em 1630. Levada para casa por um deles, sumiu para reaparecer no simpático rochedo que, desde a fundação da matriz, em 1837, é o xodó de Saquarema.
“Vou logo avisando aos pretendentes: só me caso se for na igrejinha de Saquarema, toda iluminada”, brinca a professora e jornalista Sonia Regina Gomes, 61 anos, esperançosa moradora de Ponta Negra, na vizinha Maricá.
É mais fácil achar um noivo do que uma data disponível na Igreja Nossa Senhora de Nazareth, tombada pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural). “Até turista europeu que visita Saquarema volta para se casar aqui”, orgulha-se o pároco Mário Cézar da Costa, de 45 anos.
À padroeira são atribuídos milagres que entraram para a história da cidade. “Nos anos 1930, uma grande estiagem secou a Lagoa de Araruama. Os moradores fizeram uma procissão pelo chão da lagoa e, quando chegaram à igreja, começou a chover. Desde então, essa igreja é tudo para os moradores”, conta o religioso.
No dia 8 de setembro, a festa da padroeira atrai romeiros à cidade. Um dos maiores Círios de Nazaré do Brasil acontece em Saquarema, em um cenário grandioso que inclui, além do rochedo da igreja abraçado pelo mar, um pôr do sol para surfista nenhum botar defeito.