Rio - A tensão normal que uma prova já traz aos candidatos se multiplicou na tarde do último domingo. Pessoas que fizeram as provas do concurso da Prefeitura de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio, relataram diversos problemas durante o exame. Algumas delas, que estiveram no campus da Universidade Federal Fluminense (UFF), disseram que pelo menos 10 pessoas ficaram sem fazer a avaliação, pois não havia provas suficentes para todos. Na confusão, pelo menos três pessoas passaram mal e tiveram que ser medicadas.

“Estava na sala 3 e as provas começaram às 13h15. Dez minutos depois começou um falatório na sala 5, além de ouvirmos socos na parede e gritos de “anula”! Ficamos sabendo do que tinha acontecido pelo fiscal da nossa sala. Enquanto 10 candidatos estavam sem prova, os demais já tinham começado a fazer. Isso atrapalhou muito todos nós. Não havia o mínimo de concentração”, contou Ariana Santos, que fez prova para assistente social. Ao todo, são oferecidas 344 vagas, com salários de R$ 850 a R$ 6.500.
Marcela Moraes, 30, disse que ao chegar à sala, não havia o lacre para guardar o celular, conforme previa o edital. “Algumas pessoas iam ao banheiro com o aparelho. Às 15h, vários candidatos saíram com a prova antes dos que estavam na sala 5 começarem a fazer, às 15h40. Queremos a anulação da prova. Algumas pessoas disseram que vão comunicar ao Ministério Público”, afirmou.
Já na Escola Estadual Cortume Carioca, em Guapimirim, houve mais confusão. “Um rapaz ia fazer o teste para fiscal de obras, mas a prova dele não apareceu até 15h. Várias salas não tinham fiscal e outros estavam sem identificação. Na minha sala não pediram documento de identificação, muita gente não desligou o celular. Uma zona”, explicou Luciana Cardoso, 30, que fez prova para químico.
Ainda segundo ela, o cartão de resposta só foi entregue às 13h40 e a prova, às 14h10. “Só começamos a fazer o exame por volta das 14h45. Alguns candidatos que fizeram a redação viram que não tinha tema. Aí começou o alvoroço. Três pessoas passaram mal e uma chegou a ser hospitalizada”, contou.
Empresa diz que manterá cronograma
Em nota, o Ibap-RJ, instituto contratado pela Prefeitura de Guapimirim para realizar o concurso, informou que o cronograma será mantido, e o gabarito preliminar das provas já foi publicado. “Os candidatos que se sentirem prejudicados têm prazo para entrar com recurso, conforme previsto no edital.” Ainda segundo a nota, “eventuais problemas ocorridos durante a aplicação das provas, passíveis de ocorrer em evento desta natureza, foram solucionados pontualmente e não prejudicaram o certame.”

A empresa afirmou que “nos locais onde houve atraso no início da prova, os candidatos foram compensados ao final, com a prorrogação da hora prevista para o término”. Assim, todos tiveram as mesmas quatro horas para realizá-la. A prefeitura informou que está analisando o caso e vai se posicionar assim que obtiver uma resposta do Ibap-RJ.