Rio - Uma novidade promete revolucionar a comunicação entre autoridades de segurança no Estado do Rio de Janeiro e agilizar o atendimento à população, desde um simples chamado de roubo nas ruas até uma grande catástrofe. A partir de março de 2015, a radiocomunicação das forças de segurança no interior começa a ser concentrada em apenas uma rede, totalmente digitalizada. Com a unificação do serviço entre as Polícias Militar e Civil e também dos Bombeiros e, posteriormente, da Defesa Civil, problemas de falta de informação como os que aconteceram nas enchentes da Região Serrana em 2011, que dificultaram o socorro às vítimas, estarão descartados.
O sistema, que já funciona na Região Metropolitana, está migrando agora para o interior e deve ser totalmente concluído até o final de 2015. O projeto prevê a melhor administração dos batalhões de polícia nas cidades fora da capital, onde o patrulhamento é mais complexo, devido às grandes áreas de cobertura de cada unidade. Orçado em R$ 105 milhões, o novo sistema terá cerca de 130 ERBs (Estações de Rádio Base), que funcionam como antenas.
Segundo Edval Novaes,subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança, cumprindo novas normas da Anatel, o projeto foi criado para digitalizar o sistema de comunicação no interior, que antes era analógico, e modificar a frequência de 450 para 380 megahertz, que tem maior alcance. “Uma consultoria apontou a melhor relação custo-benefício que considerou o fato de a polícia não poder parar de funcionar hora nenhuma”, explicou. A partir do novo sistema, com um rádio em Paraty, no Sul Fluminense, será possível falar com outro em Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, sem interferência.
“Vamos ter um controle único. Todos os rádios estarão ligados ao sistema, com um GPS integrado. Veremos onde ele está no mapa, basta estar ligado”, explicou. Segundo ele, se a autoridade não consegue comunicação, a população é afetada porque o serviço não está sendo prestado de maneira eficaz. “Com este projeto, vamos ter a radiocomunicação crítica como serviço essencial de primeiro mundo. Provavelmente seremos o primeiro estado do Brasil com sistema de rádio 100% digital. A importância então é a melhoria do serviço da polícia para assim também melhor atender à população.”
Antena móvel vai a regiões mais críticas
O projeto prevê aquisição de equipamentos e infra-estrutura, terminais que recebem os rádios e instalação da infra-estrutura no interior do estado, incluindo rede de transporte, locação e manutenção dos pontos onde a antena é colocada. Para o superintendente de Comunicação Crítica da subsecretaria de Comando e Controle, Alexandre Corval, a expectativa é que o sistema funcione com até 20 mil equipamentos de rádio. Serão 12 mil portáteis e 8 mil fixos.
O projeto prevê ainda quatro ERBs móveis em carros. Essa antena móvel atenderá casos em que a comunicação tiver sido destruída, como na tragédia que atingiu a Região Serrana. Nestas situações, a ERB móvel será deslocada para o local e a comunicação será restabelecida. Outra utilidade é atuar em áreas estratégicas, como no Réveillon de Copacabana, quando se concentram dois milhões de pessoas e a rede não é dimensionada para a quantidade de policiais disponíveis.
Reportagem de Vinicius Amparo