Por nicolas.satriano
Rio - A falta de água vem afetando alguns municípios da Região dos Lagos, como Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Búzios. Revoltados com o desabastecimento, cerca de 100 moradores do bairro de São Mateus, em São Pedro da Aldeia, fecharam nesta segunda-feira a Rodovia Amaral Peixoto, no trecho que liga a cidade ao distrito de Tamoios, em Cabo Frio, e queimaram pneus e galhos para protestar contra o problema, que segundo eles, persiste desde o início de dezembro passado.

Os manifestantes chegaram ao local, na altura do quilômetro 115, por volta de 9h e ficaram até o início da tarde. Eles bloquearam as duas pistas, em ambos os sentidos, no início do protesto, provocando um congestionamento que chegou a cerca de cinco quilômetros

Moradores de São Pedro da Aldeia fecharam as duas pistas da Rodovia Amaral Peixoto para protestar%3A desde dezembro com torneiras secasDivulgação

Morador do bairro de São Tomé, o enfermeiro Arthur Moreira, de 29 anos, era um dos manifestantes e reclamou da recorrente falta d’ água. “Esse problema acontece há um tempo. Só estou tomando banho e cozinhando porque fui para a casa da minha mãe, que fica no Centro. A situação também é ruim aqui, mas a gravidade é menor do que na minha residência”, contou.

Moreira espera uma rápida solução. “A gente sofre muito, quero voltar para minha casa, minhas coisas estão lá", reclamou.
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Em nota, a Prolagos, concessionária responsável pelo abastecimento de água na região, informou que está realizando uma obra de interligação para reforçar o abastecimento e a previsão de término é até o próximo fim de semana.  A empresa ressaltou que até a conclusão dos serviços, está lançando mão de um rodízio de fornecimento entre bairros, conhecido como manobra.
Carro-pipa é solução para abastecer
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?Em Saquarema, também na Região dos Lagos, a situação é semelhante. Moradores sofrem com a falta de água e alguns têm que gastar dinheiro com caminhões-pipa.
“Todo ano, venho com a família nas férias escolares e ficamos até o carnaval. Meu primo gastou R$ 200 para encher a caixa d’água com carro-pipa”, contou a professora, Neísa de Souza, 50, que está no bairro do Gravatá.
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“Já vi caminhões-pipa abastecendo as casas vizinhas. O fornecimento é precário. Consumimos a água moderadamente, mas, mesmo assim, não dá vazão”, explicou ela.
Em nota, a concessionária Águas de Juturnaíba informou que, devido a constantes quedas de energia, houve parada de bombeamento e rompimentos de adutoras, provocando a pane no abastecimento.
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“O fornecimento pode levar mais tempo para ser restabelecido em imóveis localizados em ponta de rede ou em locais mais altos, em função do aumento de demanda nesse período”, disse a nota. A concessionária afirmou ainda que está oferecendo caminhões-pipa, caso haja necessidade.
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