Por rita.costa
Cabo Frio - Nem o período de alta do turismo consegue salvar Cabo Frio da crise. Segundo a Associação de Hotéis e Turismo de Cabo Frio, o município sofreu uma queda de 10 pontos percentuais na média de ocupação hoteleira em todo o verão - foi uma média de 75% de ocupação da rede hoteleira, contra 85% do ano anterior. Carlos Cunha, presidente da Associação, chega a afirmar que esse foi um dos piores verões dos últimos anos em termos do turismo em geral e pode provocar demissões em massa. 
"No carnaval a ocupação não passou de 80%, ficando abaixo do registrado na mesma época do ano passado, que também foi de 85%. A única data que permaneceu com taxa igual a anos anteriores foi o réveillon, com média muito próxima a 100% de ocupação, e mesmo assim só alcançamos esse resultado em cima da hora, enquanto nos anos anteriores a lotação se esgotava semanas antes do Natal" ressalta Cunha. Ainda segundo ele, foi necessário o reajuste inferior ao esperado no valor das diárias para atingir o máximo de ocupação. Estima-se uma elevação de apenas 5%: "Além disso, os pacotes tiveram que ser picotados de quatro para duas diárias em janeiro, e de cinco para três diárias no carnaval”. 
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O hoteleiro reclama ainda da falta de políticas públicas para captação de "turistas de qualidade". Cunha afirma que a tendência de turistas que chegam à cidade em grupos de 10 à 30 pessoas, não geram renda para hotéis, restaurantes, mercados e todo o comércio de Cabo Frio, já que eles alugam casas de temporada e não consomem no local. 
"Este foi um ano tipicamente desse tipo de turista devido à completa ausência de políticas públicas focadas na captação do tipo de visitantes que precisamos. Com isso, não conseguimos, neste verão, o que sempre fizemos em anos anteriores: ter um lucro alto o suficiente para nos mantermos na baixa temporada fazendo o mínimo possível de demissões. A situação atual é extremamente preocupante, porque com essa baixa lucratividade o número de demissões será um dos maiores dos últimos anos, representando, praticamente ,100% do número de vagas temporárias geradas", prevê Carlos Cunha.