Por thiago.antunes
Rio - O início de um período letivo proporciona sempre novas expectativas para pais, alunos e mestres. Entretanto, este ano, as escolas enfrentam o desafio de levar seus projetos pedagógicos para as salas de aula, diante da crise política e econômica no país, com cortes de gastos nos setores público e privado. O quadro traz inevitáveis consequências à Educação e a sensação de que estamos andando para trás.
Esse contexto pode ser sinal de desânimo quando primamos por melhor qualidade no ensino. Mas, também, pode ser grande estímulo quando pretendemos fazer coisas boas em qualquer situação. Casos de superação e resiliência são comuns na educação escolar. Instituições com poucos recursos, em regiões precárias, têm conseguido excelentes resultados, utilizando criatividade, compromisso e dedicação, além de uma boa dose de talento.
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Um dos segredos do sucesso desses espaços de aprendizagem é que gestores, professores, pais e alunos percebem que as dificuldades podem ser um solo fértil para disseminar conquistas, quando se olha também para as possibilidades que elas apontam.
Cria-se o sentimento de pertença, e a relação entre professor e aluno torna-se solidária. São todos atores do processo de aprender e de ensinar, trazendo, invariavelmente, a família como elemento indispensável, difundindo o saber compartilhado e colaborativo, com acesso permitido a todos.
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Hoje, a escola deve ser um lugar de gestão social, na qual se vislumbram alternativas perante desafios e empecilhos. Uma delas é buscar parcerias fora da escola, por meio de projetos que trazem o envolvimento da comunidade local, com a colaboração de empresas, associações de moradores dentre outros potenciais parceiros. É visível o engajamento de muitos quando a teoria sai dos livros e se apresenta à realidade cotidiana, bem mais perto de nossa existência.
Outra possibilidade é produzir talentos e a capacidade de gerenciar problemas em tempos difíceis, com foco nas soluções, indo além dos conteúdos dos currículos escolares, desenvolvendo aspectos cognitivos, sociais e afetivos nos aprendentes. Se eles estão em sala de aula, é impreterível que se forme uma geração que aprenda a superar crises. A escola ainda é o melhor caminho para isso, e as experiências da vida seu melhor material pedagógico.
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Eugênio Cunha é professor e jornalista