Por felipe.martins

Rio -  A partida de xadrez da sucessão no Rio já está na rua. A abertura do confronto já foi dada com Crivella indo para o PSB, com apoio de Romário, Osorio desembarcando no PSDB, e Freixo fortíssimo na disputa com possibilidades de chegar ao segundo turno. 

A entrada de Osorio impõe mais um obstáculo nas primárias do PMDB. Eloquente na retórica e bom de televisão, embola o meio de campo da sucessão, mesmo concorrendo por um partido sem estrutura no Rio. Osorio passou a disputar a mesma faixa de Molon e de Pedro Paulo — o escolhido de Eduardo, Pezão e Picciani, próceres da máquina poderosa do partido que governa a cidade e o estado e com farto tempo de televisão.

Pedro Paulo tem como trunfo a pauta de realizações de seu governo: os BRTs, as Escolas do Amanhã, o Porto Maravilha, a realização da Olimpíada em plena propaganda eleitoral, o Museu do Amanhã — que ocupa as manchetes dos jornais internacionais como cartão de visita da cidade —, o VLT e a inauguração do metrô para a Barra da Tijuca.

Sondagens preliminares de alguns institutos de pesquisa indicam que Crivella começa com 21%. O senador vem de disputa vitoriosa, tendo chegado ao segundo turno da eleição para governador contra Pezão. Conhecido do eleitorado, se beneficia do momento atual da crise econômica que bate na porta dos de baixas renda e escolaridade das periferias da cidade. Carrega como âncora o apoio da Igreja Universal e avança em outros segmentos da sociedade.

Freixo larga com 16% dos votos. Na última eleição contra Eduardo Paes, teve 914 mil votos, tem discurso e apoio da militância jovem da Zona Sul. Molon entra na faixa de 7% para ganhar fôlego com suporte de Marina Silva e da Igreja Católica. Embola também o meio de campo da sucessão. Os candidatos nanicos serão moeda de troca no segundo turno.

O candidato de Eduardo será turbinado na televisão. Com tempo superior ao das outras siglas, mostrando as realizações dos dois governos de Paes, é duvidoso não acreditar que ele não tem chances de decolar e de chegar ao segundo turno. O quadro eleitoral é complexo, e a cabeça do eleitor, difícil de decifrar, mas Eduardo tem poder para decidir os rumos da eleição.

Wilson Diniz é economista e analista político


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