Por thiago.antunes

Rio - Os manuais da Teoria Econômica sobre os ciclos da vida, desde a ocupação profissional à vida familiar e econômica, têm evoluído ao longo das últimas décadas em função dos ciclos recessivos, como aconteceu no Brasil em 1980 e no ‘crash’ do mercado financeiro de 2008, que desempregou metade dos jovens na Espanha, em Portugal e na Itália.

Normalmente, em países desenvolvidos em crescimento econômico, os jovens saem de casa aos 18 anos para buscar um emprego, estudar e ter independência financeira. Em algumas nações, por questões culturais, como no Japão, o último filho sai quando se casa aos 32 anos. Outros estudos mostram uma geração de aluguel, que sai de casa cedo para estudar, aluga um apartamento com amigos perto das universidades e trabalha nas horas vagas. 

Na recessão espanhola, não houve saída: voltar a morar com os pais. Os que conseguiam emprego temporário não tinham condições de morar sozinho em função dos baixos salários. No Brasil, com a recessão do governo Dilma, que já dura seis anos, a taxa de desemprego entre os jovens nas seis principais capitais chega a 16,8%. Estes jovens vítimas da crise voltam para morar com os pais, que pouco ganham com suas aposentarias.

Na semana passada, um grande canal de TV fez reportagem sobre o tema. Vários jovens retornando à casa dos pais. Em alguns casos, são jovens casados com filhos que ficaram desempregados e devolveram suas moradias por calote no aluguel. O drama deste tecido social e da massa de desempregados, sem perspectivas de crescimento, vai deixar fora do mercado uma geração desocupada sem qualificação para se empregar.

Pesquisas mostram que empresas não estão selecionando jovens acima da faixa de 34 anos com boa formação educacional e experiência profissional. Ora: se estão desempregados, perderão qualificação e ficarão desatualizados com as novas tecnologias de gestão empresariais.

Diante da crise generalizada de um governo envolvido em corrupção, com as instituições em crise de governabilidade, com um Congresso desmoralizado e com os estados quebrados: a solução é voltar a morar com os pais e sobreviver enquanto Dilma não quebrar o país. 

Wilson Diniz é economista e analista político

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