Por thiago.antunes

Rio - Os números da economia e do cenário político fotografam o caos que o país está passando. A nação está desgovernada. O Planalto agoniza com o maior escândalo de corrupção da história do país, onde 67 ‘malfeitores’ já foram condenados pelo juiz Sérgio Moro.

Na economia, os dados são de um ambiente de incertezas comparado à depressão dos anos 1930 nos EUA. As projeções são assustadoras e se agravam se o impeachment da presidente Dilma não for aprovado no Congresso. 

Fundos de investimentos do mercado financeiro projetam queda do PIB de 4% em 2016. A Bovespa fecharia a 35 mil pontos, patamar comparável à crise de 2008, quando as bolsas no mundo despencaram com a quebra do setor imobiliário nos EUA. As ações da Petrobras devem entrar em queda livre. O dólar estimado é de R$ 4. Desemprego de 10 milhões, e 2,9 milhões de jovens sem esperança de conseguir vaga no mercado nos próximos três anos.

As grandes empresas de varejo fechando lojas por falta de consumidores endividados no cheque especial e no cartão de crédito, cuja taxa de juros passa 400%.  No Congresso, a tendência de que o impeachment passe é duvidosa, pois o governo abriu o caixa para comprar partidos nanicos a preço de ouro na faixa dos indecisos. O placar é apertado para ambos os lados. A oposição tem 291 votos, contra 117 do governo; 61 estão indecisos, e 46 não declaram voto à espera de negociar, valorizando sua adesão ao governo.

Os movimentos sociais estão divididos, e parte da classe média conservadora, avessa a mudanças, mesmo sofrendo os efeitos da crise, está contra o impeachment. Nas ruas até a reta final da votação, o ex-presidente Lula tenta sensibilizar os parlamentares indecisos. Como se estivesse em campanha presidencial, ontem Lula, no Rio, participou de show com artistas famosos que pregam que o impeachment é golpe.

No Faustão, o ator Ary Fontoura afirmou que quem deu golpe foi a presidente, ao mentir para a nação, escondendo as pedaladas fiscais para se eleger. Também a ‘Folha’ publica pesquisa duvidosa em que põe o ex-presidente na liderança da sucessão, no momento que Dilma tem mais de 70% de reprovação. Com todos estes números, até 2018 o Brasil é ingovernável. O dia 15 marca a data que este não é o Brasil que queremos, com ou sem impeachment.

Wilson Diniz é economista e analista político

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