Por cadu.bruno

Rio - E o ministro das Relações Exteriores, José Serra, concedeu passaporte diplomático para dois cidadãos que não têm nada a ver com o corpo diplomático do país, nem com governo federal, Judiciário etc. Pelo jeito, foi um agrado ao Eduardo Cunha, a quem estariam ligados os novos donos do passaporte privilegiado. Fico feliz. Dá uma esperança danada nas mudanças prometidas pelo presidente interino no terreno da ética.

Bacana, mas seria bom também se José Serra dedicasse um pouco de sua generosidade a inúmeros servidores do Itamaraty que estão com problemas para receber benefícios e direitos nos países onde estão trabalhando. Há quem esteja há quatro meses sem receber o auxílio-moradia — que não raro chega a 60% do salário. Também há quem tenha sido despejado, esteja com cartões de créditos estourados, falência total. Claro que é herança do governo anterior, mas é injusto que os servidores do Itamaraty vivam esse tipo de constrangimento.

Por falar em Eduardo Cunha, taí um sujeito bem relacionado. Imagine que, segundo o Blog do Rovai, os quatro novos membros da subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República parecem bastante íntimos do Cunha. Um deles, o Erick Vidigal, chegou a publicar que “não é crime” ter dinheiro em paraísos fiscais (como Luxemburgo, entre outros tantos cantos). Pode ser intriga da oposição, mas não custa nada ficar de olho. Vai ser divertido.

E você leu na página 10: Temer prometeu criar um ministério para mulheres SE o Senado afastar a Dilma definitivamente. Como assim? É inacreditável. Enfim, lendo os jornais de hoje, é inevitável que nos venha aquela pergunta já clássica: que diabos de país é este?

Uma das respostas possíveis garante que este é o país da piada pronta. Tem a ver. Esta semana, por exemplo, estava eu numa feliz folga quando alguém me disse que o novo secretário de Educação do Rio, Wagner Victer, pagou um tremendo mico, ao vivo, numa entrevista via telefone para a TV Globo. Em determinado momento, a repórter perguntou: “Secretário, o senhor me ouve?” E ele respondeu na lata: “Ouvo, sim.” Hein? Não acreditei, fui conferir na internet. Era tudo verdade.

Nelson Vasconcelo é jornalista

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