Por felipe.martins

Rio - Como terceira grande onda da Revolução Industrial, a fabulosa era digital de nossos tempos impõe novos conceitos, padrões de vida, comportamentos, modos de produção e sobretudo uma nova ordem que estabelece a ruptura do monopólio nas áreas do conhecimento e da informação. Não só no mundo corporativo, na ciência e tecnologia, comunicação, política e religião, trabalhadores, profissionais liberais, estudantes, enfim, a todos nós, entender e interagir com a espetacular aldeia global que se transformaram as redes sociais é o maior desafio. Virar as costas para esse admirável mundo novo é perder hoje o expresso da História.

Como homem da saúde, a expectativa é que toda a modernidade digitalizada da Medicina, que torna diagnósticos mais rápidos e precisos e tratamentos mais eficientes com maiores chances de cura, além de agilizar atendimentos hoje já a partir de aplicativos na rede pública, chegue a todos os brasileiros. O sistema público de saúde, em que pesem alguns avanços, não pode caminhar a passos de tartaruga, enquanto o mundo novo e a vida em si aceleram como um trem-bala.

Mas não bastam só equipamentos ultramodernos e softwares de celulares, é preciso investir no homem. Do outro lado do balcão, os profissionais de saúde devem ser mais bem preparados e qualificados para atender a essa nova e exigente demanda, protagonizada pelo indivíduo conectado. Um novo ator, que acessa a tudo e a todos a uma velocidade absurda e que tornou complexo, transparente e incontrolável o previsível, lento e simples mundo das instituições.

Já do outro lado, é inadiável que o governo saia da retórica e invista maciçamente em educação de qualidade igual para todos. Uma ferramenta não só de inclusão social mais componente fundamental para transformar cidadãos de meras peças de repetição em indivíduos críticos prontos a trocar ideias e a formular soluções.

Em todas as áreas, a boa educação é a chave do sucesso para o gerenciamento desse organismo vivo e interdependente que se transformou o mundo digital. Abrir mão desse processo é remar contra a maré da evolução e tornar a sociedade mais cruel e injusta.

Dimas Gadelha é médico sanitarista


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