Por tabata.uchoa

Rio - Pela segunda vez em dois anos, o Brasil e o Rio, em particular, assumiram, organizaram e entregaram com ótimos resultados dois dos maiores eventos esportivos do planeta. Em arenas, quadras, pistas, praias e piscinas cariocas, os Jogos Olímpicos foram um sucesso até onde se apostava em fracasso.

Ninguém morreu de zika, dengue, chikungunya ou de hepatite por causa da Baía de Guanabara. Sem epidemia ou tragédia em massa, também não tivemos sobrecarga, corrida ou caos nos hospitais. Nenhum atleta foi vítima de bala perdida e não houve atentado terrorista — como se viu em Munique 72 (Alemanha) e Atlanta 96 (EUA).

No caso mais grave (de mentirinha), nadadores americanos e delinquentes se deram ao vexame de precisar inventar um assalto na cidade que tem cá seus pecados, como em todo o mundo, mas desta vez era inocente. Ou seja, os playboys se esforçaram para dar de cara com uns bandidões de madrugada, mas acabaram tendo que encenar ou fantasiar uma versão de polícia-e-ladrão, digna de Hollywood ou típica de Disneylândia.

No caso mais grave (de verdade), morreu mais um soldado, um herói nacional da Força Nacional — outro luto daqueles que, desgraçadamente, já nos assombram de janeiro a janeiro.

Fato é que se confirmou o que eu disse antes de os Jogos começarem: “A Olimpíada do Rio não será a pior nem a mais perigosa”. Para o COI (Comitê Olímpico Internacional), foi até uma das melhores e mais seguras.

Resta agora a gente curar a ressaca olímpica a fim de encarar — e também superar — os nossos flagelos reais, imediatos e cotidianos. Voltam à cena o impeachment, a corrupção, o ajuste fiscal, eleições municipais, políticos sem escrúpulos e indicadores econômicos sem empregos.

Felizmente, a seita dos pessimistas não ganhou sequer uma medalha. Mas a delegação dos realistas, essa, sim, deve estar sempre pronta para subir ao pódio a fim de denunciar nossos males ou mazelas — e sempre exigir ouro do país e do Rio. Merecemos!

Você pode gostar