Mais um fim de ano está batendo à nossa porta, trazendo reflexões a respeito do ciclo que passou e também sobre nossa existência
Por bianca.lobianco
Rio - Mais um fim de ano está batendo à nossa porta, trazendo reflexões a respeito do ciclo que passou e também sobre nossa existência. Dezembro, bem como o Natal e o Ano Novo, representa a vida de Jesus, figura responsável por salvar a humanidade de si mesma e levar paz ao mundo. Sua vinda ocorreu em um período de guerras, brigas por poder e traições entre os povos, e seu nascimento deveria significar a extinção desse cenário. Porém, atualmente, nos vemos presos nos mesmos conflitos. Ou talvez, piores.
Perceba, ainda hoje a guerra persiste. Observamos homens e mulheres brigando pelos mesmos poderes; porém, suas armas matam milhões. As armaduras deram lugar a ternos e gravatas. Suas espadas agora se travestem de Ordem e Progresso e mutilam o futuro. Saúde, segurança, saneamento básico e, é claro, a Educação. No Brasil, o golpe de misericórdia veio faltando poucos dias para a celebração do Natal. A PEC que limita o teto de gastos nestes setores foi aprovada.
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Esquecemos o significado do Natal e do clico de renovação que deveria chegar com um novo ano; esquecemos a simbologia por trás do nascimento do Messias, das promessas que fazemos para o próximo ano e deixamos de acreditar também em nós mesmos. Encontramos um novo Deus, o dinheiro, e na sua igreja do consumo nos tornamos fiéis apoiadores. O dízimo é diário. A cada compra e a cada venda. Não à toa, esse tipo de comportamento cobra seu preço. Segundo a sondagem nacional de Hábitos de Consumo, da Boa Vista SCPC, o endividamento é apontado por 40% dos consumidores como a principal causa para não irem às compras neste Natal e fim de ano. O desemprego é o segundo motivo, passando de 21% em 2015 para 29% atuais. Ou seja, estamos cada dia mais endividados e sem emprego.
Na noite do dia 31, enquanto bebemos, comemos e sorrimos ao lado de amigos e familiares, seria indispensável uma reflexão a respeito da nossa própria vida. Das nossas próprias escolhas. Seria esse o verdadeiro espírito de renovação? O que aprendemos até aqui? Será que de fato evoluímos? Que essa data não seja de envolvimento emocional momentâneo mas sim de reafirmação de que sozinhos e perdidos como estamos, só nos restará o apagar das luzes.