Por bianca.lobianco
Rio - Vinha pensando esses dias sobre como muitos pais educaram (e ainda educam) seu filhos para agirem com repulsa contra LGBTs. Nenhum ser humano nasce com esse sentimento. Mas ouvir desde a tenra idade frases como “Não quero que você ande com ele, é mariquinha” são gatilhos suficientes para a construção do preconceito que pode persistir ao longo de toda uma vida.
Você, cidadão heterossexual sem preconceitos, observe as suas últimas fotos no Facebook em mesas de bar e reuniões de melhores amigos neste fim de ano. Conte quantos LGBTs havia? Poucos ou nenhum provavelmente será sua resposta. Já parou para se perguntar o motivo?
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Pode ser apenas uma questão circunstancial? Até pode. Mas a maior probabilidade é a repulsa incutida em sua mente desde os primeiros anos de vida de que não, não é bom se misturar com LGBTs ou, até pior, não é bom ser confundido com alguém entre nós. O curioso é que outro sinônimo usado por mães e pais revela como o machismo e a homofobia andam juntos. Os meninos acabam repetindo e xingando seus amiguinhos do sexo masculino como “mulherzinhas” ao perceberem qualquer sinal de fragilidade.
É evidente que há uma distância entre não querer (?) ter amigos LGBTs e vir a matar-nos, mas para que nenhum futuro filho ou filha seu cresça com essa aversão é fundamental para uma convivência saudável ensinar a ele ou ela que não há nada de errado em andar com qualquer garoto da sala.
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É fundamental ensinar que, com o respeito e, acima de tudo, com a convivência entre os diferentes que se constrói o entendimento completo do significado de empatia, solidariedade e humanidade.
Sentimentos que transbordaram no coração do ambulante Luiz Carlos Ruas, o Índio, um herói que deu a vida para salvar das estatísticas mais uma das tantas vítimas de crime de ódio neste país.
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*Felipe Martins é jornalista