Por thiago.antunes

Rio - A globalização é um fenômeno econômico e também cultural. Embora existam reações nacionalistas em diferentes esferas e regiões e em muitas delas alguma razão nas críticas sobre o desemprego e desindustrialização nos países mais ricos , para todos nós do Brasil e América Latina esse movimento de integração da economia global pode ser vantajoso.

Muitos gestores públicos dos países em desenvolvimento estão conseguindo investimentos em infraestrutura com acordos de juros negativos no mercado internacional enquanto no país as taxas são altíssimas.

Existem também agências de fomento, pesquisa, fundações e outros órgãos internacionais que possuem linhas de crédito e fundos destinados ao saneamento básico, transporte eficiente usando combustíveis renováveis, erradicação de doenças. A prefeitura 'globalizada' é aquela que ao mesmo tempo em que ajuda o pequeno empresário local a se desenvolver e gerar empregos consegue soluções simples, baratas e até humanitárias nos mercados globais, em acordos entre cidades-irmãs, parcerias com governos e empresas globais. Há no campo internacional subsídios, empréstimos, garantias, capital e serviços de consultoria que por preconceito e desinformação nunca utilizamos.

Além do BID (Banco Interamericano de desenvolvimento), principal fornecedor de assistência técnica para o setor privado na América Latina e no Caribe, existem dezenas de agências de fomento, incubadoras de empresas, fundações e bancos interessados em investir em nosso país, seja por nossa capacidade de recursos humanos, naturais ou futuro mercado para seus produtos e serviços.

O setor público por muito tempo e por questões ideológicas esteve fora dessas possibilidades. Muitos gestores à moda antiga, prefeitos que administram ainda com a cabeça dos anos 80, não possuem condições políticas e técnicas para elevar suas cidades a esse ponto de contato e negociação. A modernização do setor público, com a escolha de novos gestores capazes de dialogar local e internacionalmente mesmo os de pequenas e médias cidades , será fundamental nos próximos anos.

As prefeituras mais modernas do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, já possuem até setores destinados a fazer esse diálogo para além das fronteiras são as chamadas "cidades globais", mas nosso maior desafio são as pequenas e médias, que possuem muitas dificuldades técnicas não só na elaboração de projetos como também na captação de recursos.

Somente cidades economicamente estruturadas conseguem reduzir os bolsões de miséria e 'periferização' da população mais pobre, transformando bairros sem estrutura em vibrantes comunidades economicamente criativas e diversas. Globalizar no sentido mais profundo da palavra é deixar o mundo ver o que estamos fazendo, aprender com experiências de outros países e levar nosso conhecimento e ideias a toda parte. Que venham os novos gestores, que pensam globalmente e que atuam localmente, por melhores cidades.

Breno Freitas é assessor parlamentar

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