Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond

Temos de trocar a agenda de bate-papo, mesmo que envolvendo assuntos a serem tratados no seu devido tempo e sem urgência, e cuidarmos da realidade. A sociedade parece alienada e até nós, da mídia, temos a nossa parcela de culpa ao abrirmos espaços exagerados a temas menos relevantes, face à crise pela qual passa o Brasil.

Na verdade, a prioridade, já repetida à exaustão, é superar a crise, retomando o crescimento agora, pois os desempregados e desassistidos não podem esperar. O ódio e a politicagem não podem prevalecer. Daqui a uns poucos meses termina o governo. Caso o presidente Temer deva satisfações à Justiça e à sociedade, que o faça após transmitir o cargo. Neste momento, gostem ou não dele, ele conduz o governo com sentido de responsabilidade e bom senso, embora muito tímido em fazer prevalecer a autoridade que o cargo lhe confere.

É um erro, em ano eleitoral, se bater tanto nos governos, uma vez que o povo que vota sabe que a situação é difícil e é melhor ajudar do que combater. E os membros do governo não são candidatos a nada, o que pressupõe um mínimo de liberdade.

Não podemos deixar o país mergulhar no caos da insegurança jurídica, das greves que perturbam a ordem e ferem uma economia já combalida. Todos precisam assumir responsabilidades perante à pátria comum. Desde o mais modesto trabalhador ao mais poderoso empresário, passando pelos políticos e ocupantes de funções públicas.

Entidades ligadas ao Judiciário, mais Tribunais de Contas e Ministério Público, devem ser mais cuidadosos na intervenção em obras públicas de relevo. Precisam cobrar soluções daquelas que estão paradas, com prejuízos para a população e a economia nacional.

Além de tocar projetos prioritários, de infraestrutura, o poder público necessita com urgência dar uma moratória a entidades filantrópicas e beneficentes, que devem ao fisco e estão em dificuldades para cumprir parcelamentos. A crise é grave e estas instituições complementam a área social, como as santas casas, a ABBR, as APAEs, Pestalozzi e outras admiráveis em todo o país. A Receita não pode tratá-las como se fossem empresas lucrativas.

O presidente Temer a esta altura só teria a ganhar tocando essa pauta simples, mas de forte conteúdo econômico e social. E os políticos, em ano eleitoral, não iriam reclamar.

Temos de pensar no Brasil e no brasileiro, sem passionalismo e sem ideologia. Uma trégua nos embates!

 

Você pode gostar
Comentários