Rio - Viver se alimentando por fast food não é hábito saudável e, por mais que todos saibam disso, dificilmente conseguem fugir das tentações durante o almoço do expediente ou nos fins de semana, após um cineminha. Porém, os casais que planejam engravidar devem ficar atentos a esses hábitos alimentares, especialmente no período de tentativas.
Em artigo publicado pela Oxford University Press, em nome da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em maio, a instituição mostra dados sobre a importância que as mulheres devem dar à alimentação diária durante as tentativas de gravidez.
Pesquisadores do órgão tentaram avaliar se haveria diferenças na fertilidade entre mulheres que consomem fast food com frequência e outras que se alimentam com frutas na mesma proporção.
Já se sabe que diversos fatores relacionados ao estilo de vida, como tabagismo e obesidade, têm sido consistentemente associados a um tempo maior de espera para engravidar ou à infertilidade. No entanto, esses estudos se concentram em mulheres já diagnosticadas ou recebendo tratamentos para melhorar a fertilidade.
No estudo Screening for Pregnancy Endpoints (Scope), 5.598 mulheres que nunca tiveram filhos foram avaliadas. Entre elas, 340 delas recorreram a tratamentos de infertilidade. No período de 12 meses, os principais resultados mostraram que ingestões mais baixas de frutas e mais altas de fast food foram associadas a aumentos modestos no tempo para engravidar e na infertilidade.
Os pesquisadores concluíram que nas mulheres que consumiam menos frutas o risco de não conseguir engravidar passou de 8% para 12%. Já a ingestão constante de fast food por quatro ou mais vezes por semana fez com que o risco de infertilidade passasse de 8% para 16%.
A ingestão pré-gestacional de vegetais de folhas verdes ou peixes não alterou o tempo de espera para engravidar ou questões de infertilidade, o que torna viável a inclusão destes alimentos no dia a dia, ou adoção da dieta mediterrânea.
Desta forma, o recomendado para realizar o sonho de formar uma família é procurar um (a) ginecologista/obstetra, para que possa passar as recomendações iniciais importantes durante as tentativas e fazer os exames adequados para averiguar a saúde do casal. Posteriormente, uma nutricionista que elabore uma dieta balanceada.
Mariana Campos de Paula é médica e especialista em reprodução humana
