Por Psicanalista

A seleção do STF em plena Copa do Mundo disputa em Brasília, em estádio próprio, os jogos mais importantes para o futuro dos meliantes brasileiros: eles encontram no time das capas pretas os verdadeiros técnicos. Em tempo de futebol, temos milhões destes e diversos juristas de plantão. Aqui, tudo se relativiza mesmo, tudo se acha, somos todos "tudólogos", sabemos de tudo. É a sina, não escapo, dar pitaco é inevitável. Me desculpe, Gilmar, não me prenda, preciso trabalhar!

Assistir às 11 autoridades em plenário se ocupando da coercitiva com pilhas de processos atrás deles, na frente das câmeras, dá pena. Milhares de jurisdicionados aguardam decisões há anos, ocupados de aliviar meliantes na hora de depor. Que pressa há em julgar como corruptos devem ser conduzidos!

Por que meliantes têm vez nessa fila de processos que são julgados com rapidez? Existe essa corte para atender aos desejos dos que cometeram crimes hediondos contra a nação? São premiados com atenção especial pelos que lá foram colocados por eles? Essas questões povoam o imaginário do brasileiro comum, de simples entendimento do que é certo e errado.

Se uma das funções do Direito é normatizar os costumes, parte do Judiciário anda normatizando as facilidades no pós-crime em oposição à outra fatia do Judiciário que se ocupa de seguir a lei, independentemente do nome na capa do processo. Vale a indignação, mesmo que leiga.

Na Suprema Corte, questões se relativizam, a imunidade é colocada para baixo do tapete, e juízes julgam quem lá colocou tais deuses infalíveis. Esse incrível movimento que se apresenta diante de nós, com certeza, em futuro próximo, será revisto por novos membros ingressos por mérito. Esse mal não pode perpetuar.

É complicado assistir à brincadeira do prende e solta nessa disputa de poder em que o Brasil sai como perdedor. Triste ver a corrupção ganhando proteção suprema dos egos insuflados em caras sérias, modificando e adaptando a lei ao cliente nas palavras de Barroso.

Segue a Copa do Mundo na Rússia e, no plenário-arena do STF, onze jogadores rolam a bola com dobradinhas e bicicletas incríveis, driblando a lei com a lei, deixando fora do gramado a torcida brasileira desesperada com mais esse Supremo gol contra.

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