Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristótelles Drummond Jornalista

Rio - Os governantes brasileiros e boa parte da sociedade em geral se satisfazem com a ilusão de que somos um grande país, com mais de 200 milhões de habitantes e mais de oito milhões de quilômetros quadrados. Décima economia mundial - fomos a oitava, no final do governo Figueiredo - e campeões no agronegócio em produtos nobres, como carne, café, soja, açúcar.

Uma desonesta ilusão, uma vez que não é alimentada por ignorantes despreparados, mas por pessoas informadas. Estamos, lamentavelmente, entre as nações mais atrasadas do mundo no que interessa, que é a renda per capita , a Segurança, a Saúde, a Educação e a felicidade do povo.

Tenho observado, aqui da Europa, onde, de Portugal, tenho acesso aos excelentes jornais espanhóis e franceses, que existe um consenso geral de que a modernização nas relações do trabalho e na captação de recursos humanos e financeiros são exigências para se manter as conquistas acumuladas nos últimos 50 anos, sejam elas políticas (queda do comunismo e integração do leste à União Europeia) ou no campo da ciência - na Medicina e na Educação, com a multiplicação dos centros de excelência em todo o Hemisfério Norte.

No entanto, o esforço para vencer os obstáculos ao progresso encontra também resistências, como nos chamados países em desenvolvimento, onde o Brasil se situa. A diferença é que o alto empresariado, o mundo acadêmico, a imprensa especializada e significativas lideranças políticas estão de acordo no que toca ao avanço. A questão da Previdência é destaque e a manutenção da situação atual inviabiliza algumas economias importantes, como a francesa e a espanhola.

As economias mais abertas do mundo são de países de alto nível de renda e qualidade de vida. A saber: Singapura, Nova Zelândia, Hong Kong, Suíça e Austrália.

Já Espanha, Portugal e Brasil estão entre as mais fechadas, com ênfase na burocracia, carga fiscal, legislação trabalhista e a presença da corrupção.

Hoje, no mundo da informação e do conhecimento, não fossem as ideologias e a defesa de interesses corporativos e elitistas, tudo seria melhor.

No Brasil, os beneficiados com altos salários e pensões não querem ceder; os pseudo-ambientalistas travam o desenvolvimento de maneira irracional; o sistema de Segurança Pública é influenciado por aqueles que circulam em carros blindados e possuem segurança privada, indiferentes ao drama vivido pelos que moram na periferia dos grandes centros indefesos.

Felicidade não se constrói com demagogia ou ideologia.

E aqui perto de nós tem países crescendo, como Paraguai, Colômbia e em breve o Chile, que retomou o caminho certo.

Aristóteles Drummond é jornalista

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