Marcos Espínola - Divulgação
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Por Marcos Espínola Advogado criminalista

Rio - Com mais de 200 milhões de habitantes, sendo quase 150 milhões de eleitores, o Brasil vive seu maior dilema no que diz respeito à democracia. Depois dos anos de chumbo e 30 anos de redemocratização, aparentemente ainda não sabemos viver num Estado Democrático de Direito. A facada no deputado Jair Bolsonaro, candidato líder na corrida à Presidência da República, um governo que tem no comando alguém que não foi eleito diretamente pelo povo e um líder político que mesmo preso lidera as pesquisas são apenas alguns indícios dessa notória dificuldade de como lidar com esse sistema cujo povo é soberano.

Analisar política e socialmente não só o atual cenário do país, mas também a trajetória pós-ditadura não é uma tarefa fácil nem para os mais experientes especialistas. Não é simples entender o que foi feito e ainda se faz com os benefícios que a democracia proporciona. Da mesma forma fica complexa a compreensão quanto ao fato de a maioria do povo que reclamou de anos de militarismo manter à frente da disputa eleitoral um capitão e um general do Exército.

Por outro lado, outra grande parcela se mobiliza em prol do maior líder popular do país, mesmo estando esse preso por corrupção. Aliás, tecnicamente falando, sua prisão é questionável, considerando inúmeras outras situações similares, nas quais os condenados em segunda instância se encontram soltos.

Mesmo diante dessas e de tantas outras contradições não tão simples de compreender, há de se considerar que, independente da aptidão por direita ou esquerda, o fato é que todos os atuais postulantes ao Planalto estão exercendo o seu pleno direito à democracia. Agressão e violência nas mais variadas formas vão na contramão dos direitos cidadãos.

A discussão segue intensa, com destaque para as redes sociais, onde muitos discursos se apresentam radicais e até agressivos, porém até isso se enquadra na liberdade de expressão que só existe numa democracia. Não há golpe. O presidente que for eleito terá garantido o pleno direito de exercer o seu mandato com legitimidade.

Assim, será nas urnas que o povo exercerá sua soberania e dirá quem prefere ter como seu representante maior. E é esse mesmo povo que desfrutará dos bônus e arcará com as consequências de suas escolhas. Mais do que nunca está claro que a maior e mais poderosa arma democrática está nas mãos do povo e, esta, não é a faca, mas o voto.

Marcos Espínola é advogado criminalista

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