Rio - Desde o Governo Dilma temos registrado, sistematicamente, que o radicalismo aumenta assustadoramente e que atinge seu clímax no processo eleitoral. É o que estamos vendo...
As invasões de repartições públicas, as depredações de propriedades privadas, a parcialidade e a inquisição da Comissão da Verdade, o desrespeito à anistia ampla, integral e irrestrita, o longo processo e o epílogo do impedimento da presidente contribuíram para o atual e deplorável status quo.
A mídia não contribui para minimizar os antagonismos; os presidenciáveis não têm limites para ofensas aos competidores; entrevistadores transpiram o ódio nas TV e relegam a plano secundário os projetos de governo.
A extraordinária Operação Lava Jato incriminando políticos influentes de diferentes partidos contribui para agravar o quadro, já que a população repudia a corrupção jamais vista no país e exige punições exemplares para acabar com o clima de impunidade anteriormente existente.
O jornalista Fernando Gabeira, educado, equilibrado e ético, acaba de declarar que "as pessoas talvez desconheçam a fronteira entre entrevista e debate". Prossegue dizendo que refaz suas perguntas somente para "obter mais transparência nas ideias e projetos". Não acha válida, agora, "uma discussão sobre 1964 ou a Guerra do Paraguai". Conclui afirmando que "se continuarmos assim, abrigados em tribos, acreditando apenas no que queremos acreditar, será cada vez mais difícil a vida de quem não habita os extremos". É uma bela lição para seus colegas da imprensa e entrevistadores, que tinham o dever de serem mais cordiais e não exteriorizarem, pela postura, posicionamentos ideológicos que contribuem para acirrar os ânimos.
As rivalidades, agressões verbais e decisões até certo ponto incoerentes de ministros da mais Alta Corte só servem para colocar mais lenha na fogueira. Será muito difícil recuperar a tão necessária tranquilidade para o nosso desenvolvimento. Não pensem que tão grave problema acabará com o término das eleições.
O futuro presidente herdará este nefasto radicalismo que dificulta, ainda mais, o equacionamento das crises que vivenciamos em todos os campos de Poder no país.
O Brasil precisa de investimentos estrangeiros para recuperar o tempo perdido. Diante desta situação, quem arriscará? Algum presidenciável já exteriorizou seus planos para acalmar o povo e evitar convulsões sociais? Está fazendo falta um Poder Moderador!
Diógenes Dantas Filho é coronel das Forças Especiais
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