Denise Tinoco - Divulgação
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Por O Dia

Rio - Após receber o convite para uma crônica sobre o Dia do Professor, passei um bom tempo enumerando todos os problemas que gostaria de expor aqui. Entendi, num primeiro momento, que pudesse suscitar no leitor uma análise calorosa acerca do desprezo para com a profissão ou da compaixão (quase irônica) que nos afeta cotidianamente.

Conjecturei que os meus 35 anos de magistério vividos no chão da escola, nas mais diferentes etapas da educação formal brasileira me credenciassem a tal proeza! Assim, falaria sobre as violências física e psíquica sofridas pelos professores, sobre as rotinas de precariedade de toda ordem que confirmam a descontinuidade das políticas públicas, falta de fiscalização de verbas públicas e aplicabilidade das leis existentes no país.

Pensei ainda que pudesse revelar memórias sobre assédio moral, reclamar das noites mal dormidas corrigindo provas e trabalhos, das rotinas aviltantes, ou das salas superlotadas. Ledo engano! Plena de positividade, resolvi falar sobre Esperança! Porque somos feitos dessa matéria abstrata.

Vivemos sob esta condição. Arrisco dizer que essa crença se confunde com o exercício da nossa profissão! A palavra Esperança resume aquilo que está voltado para um ato de esperar alguma coisa. É acreditar que algo que você deseja vai acontecer. Mas não como um sonho e sim como algo real que nos projeta para a frente com confiança.

Assim, como ser inacabado, em construção, o professor se coloca a caminho, enfrentando os desafios, lutando por um novo tempo e trabalhando incessantemente para conquistá-lo.

Mas, de onde nasce a Esperança? Penso que nasce da alegria do encontro, da resistência aos fracassos e dos recomeços contínuos, da resiliência! Tracei o desejo pela profissão aos 13 anos. Filha de professora de História e pai radialista, talvez por herança genética ou vivência, percebi que minha oratória e mediações faziam a diferença entre os colegas e professores!

A Identidade profissional foi completada com estudo, pesquisas, boas experiências coletivas, prêmios que confirmaram o bom caminho trilhado!

Para apaziguar a inquietude daqueles que se dedicam à educação clamamos por respeito, conhecimento e partilha, peço Esperança! Pois nesta linha divisória entre a luta e o desânimo, entre o medo e a coragem, entre a decepção e a esperança devem nos impulsionar para frente! Afinal, o papel incontornável do professor é incluir e integrar, resgatar sonhos, ensinar honradez, estimular a coragem e a determinação, sem nunca perder a Esperança?

Parafraseando nosso querido Ivan Lins, desejo a todos os professores "que nossa esperança, seja mais que vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança!"

Denise Tinoco é pedagoga e psicopedagoga

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