Por Marcos Espínola

A ansiedade de todos os cidadãos é inevitável quanto ao que vem pela frente. No caso do Rio de Janeiro, que vem vivenciando profunda crise nos últimos anos, a esperança por mudanças é o que move cada um. E nesses momentos que antecedem o que podemos chamar de uma nova era para a cidade e o estado, certas medidas ou intenções já sinalizam que podemos, sim, acreditar em dias melhores.

O anúncio da intenção do novo governo que irá assumir o estado a partir de janeiro em fazer um programa habitacional para policiais representa um novo olhar para um velho e grave problema, ignorado por décadas.

Trata-se de uma medida que, neste primeiro momento, demonstra a prioridade em agir com inteligência, pavimentando um caminho que pode ajudar na melhoria da Segurança Pública, uma das áreas mais críticas do estado como um todo.

Começar pela preservação de seus próprios agentes, responsáveis pela manutenção da ordem e combate à violência, significa proporcionar a eles maior segurança e a garantia de melhores condições psicológicas para quem enfrenta, diariamente, o crime organizado. Essencialmente, simboliza um incentivo para que se mantenham focados e motivados em suas árduas missões.

O alto número de agentes de segurança moradores em áreas de risco sempre colocou em xeque a integridade física e psicológica deles e de seus familiares. E com o crescimento da favelização, ao longo dos anos, a situação foi se agravando. Segundo dados oficiais do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já temos mais de 760 favelas somente na cidade do Rio, com 22% da população morando nelas.

A capital fluminense é o município com o maior número de moradores favelados do Brasil, ultrapassando a casa de mais de 1,3 milhão habitantes. Segundo o Instituto Data Popular esse número é ainda maior, sendo mais de dois milhões de moradores. A maior favela do país é a Rocinha, com população superior a muitos municípios Brasil a fora.

Com esse cenário, a intenção do governador eleito é a melhor possível, pois irá atender a policiais civis e militares que vivem no limite do estresse, a maioria escondendo sua identidade onde mora por medo de represálias.

Espera-se que a medida vá à frente e que se estenda para outras áreas, como melhorias em alimentação da corporação, alojamentos e equipamentos mais modernos. A área da Saúde é outro ponto primordial, pois, através de convênios com hospitais, é possível dar maior assistência aos policiais, tendo em vista que o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) não tem condições de atender toda a demanda.

Assim, estaremos dando a esses profissionais maior tranquilidade para exercerem sua função e, consequentemente, beneficiar toda a população.

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