Marcelo Queiroz, advogado - Divulgação
Marcelo Queiroz, advogadoDivulgação
Por Marcelo Queiroz Advogado Criminalista

Siga o dinheiro. O célebre conselho de Mark Felt, conhecido como 'Garganta Profunda' no caso Watergate - esquema de corrupção no governo de Richard Nixon nos anos 1970 nos EUA -, continua atual. Inúmeros atos ilícitos recente levaram a uma enxurrada de recursos públicos roubados. Nesse cenário, seguir o dinheiro deve ser o pensamento central de qualquer investigação e processo conduzido pelas instituições competentes.

Tão importante quanto punir os envolvidos em corrupção é recuperar o dinheiro desviado e retorná-lo aos cidadãos por meio de políticas públicas que deixaram de ser realizadas em razão da roubalheira. Somente dessa maneira o povo conseguirá compreender que a justiça está sendo feita: prisão para os culpados e recuperação rápida do dinheiro para que a Administração Pública, afetada pela pilhagem, possa utilizar a verba em melhorias em Saúde, Educação, Segurança, Transportes, Infraestrutura e outros setores sempre carentes.

A Operação Lava Jato identificou vítimas específicas e diferentes na vertente de Curitiba. Já no Rio de Janeiro, o principal lesado é o próprio Estado. Grande parte da crise que vivemos é culpa da corrupção e do dinheiro que ela desviou. Os cofres públicos precisam que esses recursos retornem o quanto antes ao seu verdadeiro dono: a população.

Enquanto aguardamos com ansiedade esse dinheiro, o Poder Público precisa ser mais contundente em criar mecanismos que acelerem este processo. O que temos no momento é um projeto de lei no Congresso prevendo a criação de um fundo nacional de combate à corrupção, vinculado à Controladoria-Geral da União. Louvável, mas muito tímido para uma situação tão grave, tanto para o Rio quanto em âmbito nacional. Esperamos que os novos deputados e senadores olhem para esse tema com mais atenção.

Do lado do Poder Judiciário, precisamos de maneira mais recorrente das medidas adotadas pela Justiça Federal no Rio de Janeiro. Recursos devolvidos já foram usados no pagamento de servidores ativos, aposentados e pensionistas, na compra de veículos e equipamentos para as forças de segurança e na reforma de escolas. É muito pouco diante da quantia desviada e do patrimônio dos envolvidos em esquemas de corrupção, mas são exemplos que precisam ser seguidos, com a destinação imediata do dinheiro recuperado para ser usado pelos novos governantes. O Estado do Rio de Janeiro agradece e precisa desses recursos.

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