Por O Dia

Rio - Quando se pensa em turismo no Brasil, as imagens da cidade do Rio de Janeiro são sempre as primeiras que nos vêm à mente. Somos, sem dúvida, uma excelente vitrine para a divulgação do país no exterior. Mas uma vitrine que vem sendo despedaçada, nos últimos tempos, pelas notícias negativas do nosso estado, em especial as da cidade maravilhosa. Esse, porém, está longe de ser o principal desafio para o setor: sofremos com a falta de uma política específica, e pecamos, principalmente, pelas escolhas erradas na divulgação dos nossos atrativos turísticos.

É preciso olhar para a infinita diversidade de relevos em todas as regiões. Em especial a Região dos Lagos, formada por oito municípios que unem belezas naturais, riquezas históricas, gastronomia e anos de tradição em hospitalidade.

As praias com infinitos tons de azul de Cabo Frio, Arraial do Cabo e da badalada Búzios atraem milhares de turistas brasileiros e estrangeiros todos os anos. Saquarema recebe surfistas e praticantes de outros esportes; as cidades lacunares, como Araruama, Iguaba e São Pedro da Aldeia são mais familiares e bucólicas, com atrações históricas. Arraial do Cabo atrai mergulhadores de várias partes do mundo.

No entanto, essas cidades sofrem com falta de água, hiperlotação no verão, quilômetros de engarrafamentos que transformam uma viagem de duas horas num inferno de seis. Sem falar no agravamento da questão da segurança, registrado na última década.

É necessário coordenar de maneira consorciada entre os municípios o turismo da Região dos Lagos, com investimentos mínimos na infraestrutura básica. Não adianta vendermos a imagem da Região e da cidade de Cabo Frio, enquanto nosso receptivo e serviços públicos deixarem a desejar pela ausência de investimento.

Não adianta nos concentrarmos na organização e promoção do Réveillon e do Carnaval, se vivemos um caos por causa da violência urbana em áreas turísticas, e a completa falta de estrutura dos blocos carnavalescos, que cresceram sem a devida atenção do poder público, no caso da capital. Necessitamos de boa gestão, que proporcione infraestrutura e sinalização adequadas, coíba o crescimento desordenado nas diversas regiões com possibilidade de exploração turística.

O turismo carece urgentemente ser pensado de forma acadêmica, com visão empresarial. Os cargos públicos do setor devem ser preenchidos tecnicamente, por quem tem compromissos com o segmento, para a construção de um plano que tenha metas de crescimento, promoção interna e externa; estabelecimento de um calendário, com presença nos grandes eventos internacionais. Fundamental constar desse planejamento o incentivo ao turismo ecológico e a atração do turismo de negócios, sem perdermos de vista a capacitação profissional, além da conscientização do cuidado e preservação dos espaços turísticos. Acima de tudo profissionalismo e correta aplicação dos recursos, sem desperdício.

Temos que exigir mudanças para a sobrevivência dessa área que gera tantos postos de trabalho. Não podemos deixar nosso estado como está, sem rumo e direção. E assim, reafirmando nosso amor incondicional pelo Rio e compromisso com o turismo, conclamamos a todos pela recuperação de nosso potencial nesse segmento tão importante para a economia e a cultura fluminenses.

Dr. Serginho é deputado estadual eleito (PSL/RJ)

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