Por O Dia

O dia 10 de fevereiro figura nos anais da política e da cultura brasileira. Nesta trilha, consideremos ilustres celebridades desta luminosa data.

O diplomata Barão do Rio Branco prestou inestimáveis contribuições ao país por conseguir ampliar e anexar aos domínios desta Terra de Santa Cruz, o Amapá e o Acre, este nos idos de 1903, e parte do oeste do Paraná e de Santa Catarina. Sua morte ocorrida em 10 de fevereiro de 1912 causou comoção e, segundo consta, foi o maior cortejo fúnebre do país, até então. Neste mesmo fevereiro de 1912, a recém inaugurada Avenida Central passou a ostentar o nome de Avenida Rio Branco, somando reverência ao seu traçado. Mais do que isso: o Presidente da República, Hermes da Fonseca, ao decretar luto, adiou os folguedos de Momo provocando a realização de dois carnavais, um meio xoxo e outro mais vibrante, no transcurso de 1912.

Nesta República de reis e rainhas, Cauby Peixoto, “o eterno namorado da Conceição”, como sentenciou Jorge Benjor, em delicioso dueto com o “Rei do Rádio” exorcizou todos os fantasmas na música "Dona Culpa Ficou Solteira". O cantor nasceu em Niterói em 10 de fevereiro de 1931 e nos deixou em 15 de maio de 2016. Sua trajetória foi coroada de êxitos individuais ou, excepcionalmente, ao lado de grandes vozes como Ângela Maria ou Zezé Gonzaga, no Projeto Pixinguinha. Demonstrando sua enorme capacidade de se reciclar, os últimos registros de Cauby incluem cds homenageando Sinatra, Baden e à bossa nova.

Marlene, a Incomparável, como no título do livro biográfico de Diana Aragão, (2012), foi eleita Rainha do Rádio em 10 de fevereiro de 1949. Para tanto, egressa do Copacabana Palace contou com o voto/patrocínio de uma cervejaria lançando o seu refrigerante. No dia da vitória, na capa dos jornais, Marlene saía de uma garrafa do guaraná em meio à manchete: a Rainha do Rádio e o Rei dos Refrigerantes. Na realidade, a cantora soube honrar o título muito além dos domínios radiofônicos vencendo carnavais com sambas antológicos como Lata D’água, Mora na Filosofia, ou puxando o samba da campeoníssima Império Serrano, 1972, na homenagem Alô, Alô, Taí, Carmen Miranda. Antes, conduzida por Edith Piaf, cantou por seis meses no Teatro Olympia de Paris, em 1958. Soberana dos auditórios, superlotou sozinha o Maracanãzinho. Mais tarde, como atriz, protagonizou peças como Botequim de Guarnieri e Ópera do Malandro de Chico Buarque, afora Um Céu de Asfalto de Brecht no CCBB. Multimídia, lançou a bossa nova Rio de Menescal e Bôscoli, foi apresentadora de programas de rádio e tv, rodou o país com Gonzaguinha. Considerada uma das maiores expressões de palco em todos os tempos foi consagrada por fãs e críticos como A Maior.

João Baptista Ferreira de Mello é coordenador do Projeto Roteiros Geográficos do Rio - UERJ

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